quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A arte de envelhecer



Há muito tempo recebí um texto muito interessante, de autor desconhecido, abordando sobre a arte de envelhecer. A personagem da história era uma senhora, idosa, que chegava para seu primeiro dia de aula em uma turma de alunos jovens. De baixa estaturra e pele enrugada, características de alguém com a idade muito avançada, Rose, como era o seu nome, durante as apresentações dirigiu-se a um dos colegas dizendo:

- Ei, bonitão. Meu nome e Rose. Eu tenho oitenta e sete anos de idade. Posso te dar um abraço?

O jovem, entusiasticamente, foi logo respondendo: É claro que pode!
Enquanto abraçava a terna senhora, seguiu-se o diálogo:

Por que você está no colégio em tão tenra e inocente idade? perguntou o jovem.

Ela respondeu brincalhona: Estou aqui para encontrar um marido rico, casar, ter um casal de filhos, e então me aposentar e viajar.

Esta brincando, disse disse ele, que estava tão curioso em saber o que a havia motivado aquela senhora, de idade tão avançada, a buscar este desafio. Rose lhe confidenciou que sempre sonhara em ter um estudo universitário, e chegara a hora. Após a aula, foram para o bar da universidade, onde dividiram um "milkshake" de chocolate. E, em tão pouco tempo de convivência, já haviam se tornado grandes amigos.

Todos os dias, durante os meses que se seguiram, teriam aulas juntos e falaríam sem parar. Ele ficava sempre extasiado ouvindo aquela "máquina do tempo", que compartilhava sua experiência e sabedoria. Ao final de um ano, Rose tornou-se um símbolo no campus universitário, e fazia amigos sempre facilmente. Ela adorava vestir-se bem, e revelava-se na atenção que lhe davam os outros estudantes. Estava curtindo a vida!

Durante um evento de futebol, Rose foi convidada para falar. Seu discurso foi inesquecível pelos ensinamentos transmitidos. Quando começou sua fala, que trouxe preparada, três das cinco folhas cairam ao chão. Um pouco embaraçada, pegou o microfone e disse, simplesmente:

Desculpem-me, eu estou tão nervosa! Parei de beber por causa da Quaresma, e este uísque esta me matando! Eu nunca conseguirei colocar meus papéis em ordem de novo. Então, me deixem apenas falar para vocês sobre aquilo que eu sei.

Enquanto todos riam, Rose limpou a garganta e começou:

Nós não paramos de jogar porque ficamos velhos; nos tornamos velhos porque paramos de jogar. Existem somente quatro segredos para continuarmos jovens, felizes e alcançando sucesso. Precisamos rir e encontrar humor em cada dia. Precisamos ter um sonho. Quando perdemos nossos sonhos, fatalmente morremos. São tantas as pessoas caminhando por ai, que estão mortas e nem desconfiam! Há uma enorme diferença entre ficar velho e crescer. Se uma pessoa de 19 anos ficar sentado por um ano, olhando para o horizonte, logo, ficará com vinte anos. Se eu tenho oitenta e sete anos e ficar sentada por um ano, olhando para o horizonte, sem fazer coisa alguma, ao final deste tempo estarei com oitenta e oito anos. Desta forma, qualquer um consegue ficar mais velho, sem que para isso sejam necessários talento ou habilidade. A idéia é crescer através de sempre encontrar a oportunidade na novidade. Não tenham remorsos. Os velhos geralmente não se arrependem por aquilo que fizeram, mas, sim, pelo que deixaram de fazer. As únicas pessoas que têm medo da morte são aquelas que tem remorsos.

Rose encerrou seu discurso cantando corajosamente “A rosa”, desafiando a cada um a estudar poesia e vivê-la em suas vidas diariamente.

No fim do ano, Rose terminou o último ano da faculdade que começara há alguns anos. Uma semana após a formatura, morreu tranquilamente. Mais de dois mil alunos acompanharam o funeral daquela mulher, que deixou o exemplo de que nunca é tarde demais para começar e alcançar o que se busca.