Por Rui Zilnet
Sei o quanto é difícil opinar em assuntos que envolvem preferências
pessoais em um grande coletivo. Antes de começar, espero que fique muito
claro: Não sou contra a realização de eventos com personagens
internacionais de gosto público. Eu também gosto de assistir a shows de
artistas internacionais. Mas gosto dos bons artistas que temos no
Brasil, produto nosso, que faz sucesso lá fora e não chega a nós por
falta de apoio de quem valoriza os internacionais.
Então, negócio é o seguinte:
Sou contra a realização de grandes eventos por algumas poucas grandes
produtoras (cartas marcadas), que trazem ótimos e renomados artistas
internacionais, com dinheiro público obtido através de editais
inalcançáveis por artistas nacionais que não estejam no elenco destas
grandes produtoras.
Na
Praça Paris (Cidade do Rio de Janeiro), neste fim de semana, está o
exemplo claro: Um grande circo armado, produção milionária, com atrações
internacionais de um projeto produzido por uma empresa paulista, com
dinheiro público. Entre as atrações, estrelas nacionais que nunca ficam
de fora (privilégios), como por exemplo, Ney Matogrosso. Não tenho nada
contra a apresentação dele, mas tenho contra a prática de participação
nesses eventos.
Não distante da Praça Paris, logo ali, na Praça
XV, acontece a realização de mais um dia do "3º FESTIVAL CARIOCA DE ARTE
PÚBLICA", realizado com escassos recursos, com a boa vontade da maioria
e de seus idealizadores, contemplando artistas locais. Com a extinção
das secretarias de cultura estadual e municipal, está sujeito a não se
realizar mais.
Temos que lutar por uma política de editais
desburocratizada, para que as oportunidades de participação sejam iguais
a todos, sem a necessidade de interferência dos cartéis dessas
produtoras, com cartas marcadas em todas licitações.
.
domingo, 13 de novembro de 2016
domingo, 6 de novembro de 2016
Visão sobre a atual crise institucional brasileira
Por Rui Zilnet
Como um humilde espectador, sem querer desculpabilizar a direita, vejo esta crise institucional em que estamos vivendo no Brasil como um jogo pesado da economia, onde investidores poderosos tiveram grandes prejuízos, e agonizantes formaram um poderoso cartel na tentativa de recuperação das suas perdas. Neste jogo, com cartas muito bem marcadas, aproveitam-se criminosamente da fragilidade política dos partidos de esquerda e de direita, jogando seus seguidores uns contra os outros, gerando um clima de ódio entre as classes sociais nunca antes visto no país.
Desde o processo de impeachment da presidenta Dilma não se constatam ataques a princípios ideológicos da esquerda. Escutam-se vagas alusões ao comunismo, como simples forma de criminalização dos movimentos sociais, mas não há argumentos em discussão. Os ataques de ordem moral sem limites a líderes e militantes de esquerda, com base em fatos meramente materiais, com destaque a prejuízos econômicos e financeiros são em demasia, com a clara intenção de desviar o foco dos graves problemas de condução política no país.
Atualmente, além de não haver discussão de ordem político-ideológica, quem detém o poder de mando no país está desconstruindo acintosamente a Constituição Cidadã de 1988, acabando de vez com todas as conquistas sociais do povo mais pobre, principalmente no que diz respeito ao acesso a moradia, educação e saúde, e que acabará refletindo rapidamente sobre a grande parcela da classe média que ainda ajuda na continuidade do processo que vivemos.
Portanto, se os setores progressistas do país não descerem do salto alto e calçarem as sandálias da humildade, apresentando um programa construído com o povo, estreitando laços com os movimentos sociais, perderemos espaços políticos e teremos um retrocesso de mais de 50 anos.
.
.
Assinar:
Postagens (Atom)