segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Jornada integral na escola pública

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Educadores defendem jornada integral na escola pública

28/11/2010 12:43,  Correio do Brasil

Educadores, gestores governamentais e integrantes de universidades públicas que participaram do Seminário Internacional Educação Integral em Jornada Ampliada, em Brasília, aprovaram uma carta onde reafirmam a importância do Programa Mais Educação e destacam os desafios para os próximos quatro anos.
Entre os desafios, estão a oferta de educação integral em 32 mil escolas públicas da educação básica e a formação de um fundo de longo prazo com recursos do Pré-Sal para ampliar o financiamento das atividades do programa.

Segundo a diretora de educação integral da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC, Jaqueline Moll, a educação integral em jornada ampliada atende 10 mil escolas e 2,2 milhões de estudantes.

Em 2011, o objetivo é alcançar 15 mil escolas e três milhões de alunos, mas a ampliação constante precisa de mais recursos porque o país tem 53 milhões de alunos na educação básica.

O fundo com verbas do Pré-Sal seria uma forma de aumentar os investimentos no programa, incluir novas escolas e estudantes, além de consolidar o Mais Educação como política pública. Outro desafio citado na carta é a rediscussão dos currículos dos cursos de graduação e pós-graduação que formam profissionais para o magistério. O objetivo é incluir nos currículos temas como a gestão e a formulação conceitual da educação integral.

Gestores do Mais Educação de diversos municípios apresentaram suas experiências sobre o andamento do programa em suas cidades. Marinês do Carmo de Pariz da Silva, coordenadora do comitê metropolitano de Porto Alegre, explicou que o comitê é um espaço de discussões que reúne as escolas da rede estadual e de 15 municípios da região metropolitana que oferecem educação integral.

Na experiência de Porto Alegre, a gestão é compartilhada e executada em sistema de rodízio entre os parceiros. Este ano, a educação integral está presente em 240 escolas estaduais e em 480 das redes municipais. O objetivo em 2011 é incluir mais 400 escolas que apresentam baixos índices de desenvolvimento da educação básica (Ideb).

Danilo de Melo Souza, secretário municipal de Palmas, disse que a experiência do seu município mostra que gestores e educadores precisam enxergar os espaços disponíveis, especialmente na escola, que podem proporcionar a ampliação do programa. O refeitório, explicou, após as refeições e lanches pode ser usado para aulas de artes; e a biblioteca pode ser usada para aulas de xadrez.

– Existem espaços que estão na nossa frente e não enxergamos.


Fonte: Texto transcrito na íntegra do site Correio do Brasil - http://correiodobrasil.com.br/educadores-defendem-jornada-integral-na-escola-publica/193338/

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Manipulação midiática

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As 10 estratégias de manipulação midiática

Por Noam Chomsky - de Boston, EUA - Correio do Brasil - 24/11/2010 17:42


1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”)”.

6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos…

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.

9. Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!

10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem disfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.


Noam Chomsky é linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts


Fonte: http://correiodobrasil.com.br/as-10-estrategias-de-manipulacao-midiatica/192708/ (transcrito na íntegra)

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Coletiva inédita do presidente da República do Brasil à blogosfera

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Nesta quarta-feira, 24, a partir das 9 horas, no Palácio do Planalto, em Brasília, o presidente Lula concederá entrevista inédita a 10 blogueiros brasileiros. Os nomes dos entrevistadores foram escolhidos pela organização do I Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, realizado em São Paulo no mês de agosto.

A coletiva será transmitida diretamente pelo Blog do Planalto e os internautas poderão interagir, fazendo perguntas, pelo Chat e pelo twitter, utilizando a hashtag #lulablogs.

Estão confirmadas as presenças de Altamiro Borges (Blog do Miro), Altino Machado (Blog do Altino), Conceição Lemes (Vi o Mundo), William Barros (Cloaca News), Eduardo Guimarães (Cidadania), Leandro Fortes (Brasília, Eu Vi), Pierre Lucena (Acerto de Contas), Renato Rovai (Blog do Rovai), Rodrigo Vianna (Escrevinhador) e Túlio Vianna (Blog do Túlio Vianna).

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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Atenção para os perigos que as redes sociais oferecem


O artigo abaixo, transcrito na íntegra do site da UOL Tecnologia, alerta para os principais riscos que usuários da internet correm por adicionar, na maioria das vezes ingenuamente, informações do dia-a-dia nas redes sociais.
 

Especialistas em segurança relatam como as redes sociais colocam internautas em risco

ANA IKEDA E GUILHERME TAGIAROLI | Do UOL Tecnologia


 Informação aparentemente "inocente" pode ser usada para crimes como sequestro e assalto


Antes de culpar as redes sociais pela falta de privacidade online – basta lembrar dos recentes escândalos envolvendo o Facebook – os usuários precisam fazer um mea-culpa. Se as informações estão lá, é porque muito possivelmente foram colocadas pelo próprio dono do perfil (confira o que é possível descobrir sobre completos desconhecidos usando somente dados virtuais). E acreditar que as configurações de segurança são infalíveis é uma postura um tanto ingênua em tempos de roubo de senhas online e brechas de segurança constantes.

Diante desse cenário, o UOL Tecnologia ouviu especialistas em crimes digitais (advogados e delegados) que relatam casos de pessoas que foram vítimas das próprias informações divulgadas na web (confira aqui situações de quem se deu mal por conta do que postou). Além dos relatos, os especialistas também dão dicas para você evitar situações parecidas; confira.

Montagem de fotos
Num dia você está namorando; no outro, já terminou a relação. Ao navegar no Orkut, encontra fotos íntimas suas editadas em corpos de mulheres nuas. “São situações cada vez mais recorrentes”, alerta Renato Opice Blum, especialista em direito eletrônico. O caso em questão é real: a mulher foi indenizada em R$ 100 mil pelo ex-namorado. Ele aproveitou o acesso às fotos no perfil dela para se vingar pelo fim do relacionamento de quatro anos.

“Bom senso e cautela. Esse é o principal conselho para quem pretende compartilhar informações em redes sociais. O internauta deve lembrar que, além dos amigos do seu círculo mais próximo, existem os ‘amigos dos amigos’. Até que ponto você conhece essas pessoas?”, alerta Opice Blum.

Os casos de montagem de fotos não se restringem aos adultos. “Algo recorrente entre os adolescentes é o cyberbullying, que entre outras práticas consiste no uso de imagens de uma pessoa, geralmente ‘roubadas’ em redes sociais, para usá-la em outro contexto. Entre eles, o pornográfico. Há ainda a possibilidade de fazer montagens para expor alguém ao ridículo”, explicou Fernando Nejm, diretor de prevenção e atendimento da Safernet, uma instituição que cuida dos direitos humanos na internet. Em alguns casos, segundo ele, uma foto de criança em uma rede social pode ir parar em sites de pornografia infantil.

Casa vazia
Existem casos ainda mais surpreendentes, porque envolvem informações aparentemente inocentes. Você finalmente vai tirar férias e acaba atualizando seu perfil com o seguinte status: “amigos, ficarei um mês offline. Férias no Nordeste!”. Ao voltar de viagem, encontra sua casa completamente “vazia”. Ela foi assaltada durante sua ausência.

“Um comerciante que morava em São Paulo fez várias postagens no Orkut sobre o período que passaria em férias. Quando retornou, teve essa surpresa desagradável”, conta o delegado José Mariano de Araújo Filho, da Unidade de Inteligência Policial do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic-SP). O crime não foi solucionado e serve de alerta: até mesmo mensagens corriqueiras viram informações “preciosas” para criminosos.

“Na internet, é necessário que a pessoa tenha o mesmo cuidado com sua proteção pessoal como a que tem na vida real. Você não leva um desconhecido para dentro da sua casa. Por que então vai adicioná-lo ao seu perfil do Orkut?”, exemplifica Araújo Filho. O delegado lembra ainda que muitas pessoas não reparam que as informações das redes sociais estão indexadas às principais ferramentas de busca online. “Basta entrar no Google para obter dados como um endereço ou telefone pessoal”, alerta.

Orkut: prato cheio para crimes
Ainda que fora do país haja várias denúncias às políticas de privacidade do Facebook, (o que, inclusive culminou numa série de mudanças no serviço, anunciadas nessa semana), o vilão dos crimes virtuais relacionados à reputação no Brasil ainda é o Orkut, sobretudo pela popularidade da rede no país (confira aqui como "trancar" seu perfil neste site).

Em comparação com seus concorrentes, o Orkut lidera com folga no número de acessos. O levantamento do Ibope Nielsen Online, do mês de março, indica que só a rede social do Google teve 26,5 milhões de acessos únicos, enquanto seus concorrentes Twitter e Facebook tiveram 9,8 milhões e 9,6 milhões, respectivamente.

De acordo com a delegada Helen Sardenberg, da DRCI-RJ (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática), quase 80% das ocorrências de sua delegacia envolviam o Orkut. "Em 2009, 76% dos registros de ocorrência do Rio de Janeiro na Delegacia de Crimes de Informática envolviam o Orkut. E eu não posso ser da 'delegacia do Orkut'."

Para ela, a rede social melhorou muito nos mecanismos de privacidade. No entanto, ainda falta rapidez no atendimento. “A pessoa lesada não consegue ter um contato rápido com o Google e os usuários passam a procurar a polícia”, critica.

Nejm, da Safernet, concorda com a delegada, mas pontua que a empresa tem um prazo específico para atender denúncias de pedofilia na internet, devido a um TAC – Termo de ajustamento de conduta – assinado pelo Google junto ao Ministério Público Federal. "Denúncias de pornografia infantil devem ter algum tipo de resposta em até 48 horas. Outras levam até meses.”

Por mais que as redes sociais tenham termos de uso e conduta, a delegada do DRCI-RJ acredita que o ideal seriam mecanismos mais simples de informação sobre privacidade. “As redes sociais deveriam, antes de a pessoa se inscrever, alertar para os perigos que elas correm ao postar informações pessoais.”


Fonte: http://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2010/05/27/perfis-online-em-redes-sociais-atraem-criminosos-com-excesso-de-detalhes.jhtm

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domingo, 21 de novembro de 2010

Militares articulam formação de partido político

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Passados 25 anos do fim da ditadura militar, articula-se a formação de um partido político militar no Brasil. A iniciativa é de Andréa França Coelho Rosa, mulher de um capitão, suplente de deputado federal pelo PV paulista.

O principal argumento para criação deste partido: “A descrença dos brasileiros nos partidos políticos é uma realidade. Quase todo dia a imprensa veicula notícias de corrupção e dos mais diversos desvios de conduta praticados por integrantes de quase todos os partidos políticos existentes. São casos de mensalões, máfias etc. Enquanto isto, seus compromissos com a segurança pública, saúde e educação, entre outros setores fundamentais para a vida em sociedade, não passam de retóricas vazias. Por isso, é preciso criar um partido que verdadeiramente se comprometa com os ideais de ética e honestidade que permeiam entre os militares do Brasil. Um partido que garanta aos candidatos militares as oportunidades necessárias para a divulgação dos seus projetos.”

Eles ignoram que esta imprensa, que hoje veicula as notícias de corrupção, é a mesma que bajulava os militares e outros governos repressivos e opressores, omitindo-se para que seus interesses especulativos não fossem prejudicados. Como se naquela época não houvesse corrupção, que era de grande volume, e sob o manto protetor dos comandantes militares.

A imprensa nunca divulgou que ao apagar das luzes da ditadura militar no Brasil, havia pelo menos um oficial general acomodado nos quadros gestores de cada uma das principais empresas estrangeiras instaladas no país. Isso como forma de garantia de futuro. Não sei porque ninguém toca neste assunto. No período compreendido entre 1964 e 1985, foi gerado o maior embrião de todas as crises e vergonhas que o país passou até o fim do governo FHC, também extremamente opressor.

A prioridade do PMB, segundo eles, é a Segurança Pública. Para tanto, almejam alterações no Código Penal e no Código do Processo Penal, além da valorização dos agentes repressores. E, como sempre, para eles, somente as medidas do rigor repressivo e punitivo irão resolver os problemas da segurança. Tudo gira em torno de polícia, criminalização e repressão.

Para quem é da minha geração, uma das mais castigadas e prejudicadas pela ditadura militar no Brasil, que viveu sob censura os que seriam os melhores anos da sua juventude, será muito difícil aceitar qualquer menção à política militarista no país.

O site do PMB pode ser visto em: http://www.partidomilitarbrasileiro.com.br – Precisamos combatê-lo com firmeza e enterrar de vez os ideais do poderio militarista no Brasil.

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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Adotar é o bicho

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Esta cena foi colhida hoje (quinta-feira, 17/11/2010), por volta das 16h30, no Largo do Machado, Zona Sul da Cidade do Rio de Janeiro.

Prefiro não escrever nada sobre o assunto. Espero que os amigos leitores expressem suas opiniões, pois, a imagem, se não diz tudo, diz muito.


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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Regulamentação da mídia não é sinônimo de censura

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Seminário internacional em Brasília discute normas que já existem em países desenvolvidos. Mas grandes grupos de comunicação querem que tudo continue como está


Por: Cynara Menezes - Carta Capital - 11 de novembro de 2010 às 10:31h

Mais do que buscar fontes de inspiração para seu próprio projeto de controle social da mídia, o Seminário Internacional Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias, promovido pela Secretaria de Comunicação da Presidência esta semana em Brasília, parecia ter o intuito de tentar tranquilizar setores supostamente preocupados com a liberdade de expressão. Afinal, mostrou o encontro, a regulamentação é uma realidade em países desenvolvidos como o Reino Unido, a França e Canadá, entre muitos outros. Mas que nada: ao noticiar que o ministro Franklin Martins iria “insistir” no projeto, os jornais e tevês brasileiros voltaram a bater na tecla da censura.

Franklin chegou a dizer que as críticas ao projeto, que, apostou, será mesmo apresentado pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso, não passam de subterfúgios, porque não existe possibilidade de censura. “Essa história de que a liberdade de imprensa está ameaçada é bobagem, fantasma, é um truque. Isso não está em jogo”, afirmou. Rapidamente, a Abert (Associação das Emissoras de Rádio e TV) reagiu. “Enxergamos de modo diferente. Não estamos vendo fantasmas. São coisas que estão acontecendo”, disse Luis Roberto Antonik, diretor-geral da entidade, embora ponderando que Franklin nunca tenha usado “o poder dele para restringir a liberdade de expressão”.

Na quarta-feira 10, último dia do seminário, o ministro da Secom voltou a reafirmar que a intenção do governo é, como acontece nos demais países, estabelecer obrigações, não proibições, em termos de conteúdo, como por exemplo a proteção da língua, da cultura nacional e das crianças e menores de idade. “Estes fantasmas deveriam ficar no sótão, a regulação não é nenhum bicho-de-sete-cabeças. Na maioria dos países, quando se fala em regular conteúdo, não se fala em censura. Não tem volta de dona Solange”, disse Franklin, em referência à famosa censora do cinema e da TV da época da ditadura militar.
 
Ao que tudo indica, todos estão surdos. Fala-se em controle social e os donos de jornais e tevês escutam “censura”. Nos principais sites informativos dos maiores grupos noticiosos, durante os dois dias em que aconteceu o seminário o projeto idealizado pelo governo era descrito como de “controle da imprensa”. Por trás da preocupação com a liberdade de expressão, porém, esconde-se o real temor, por parte das “nove ou dez famílias” que controlam a comunicação no país (para usar as palavras do presidente Lula) de que o projeto do governo represente desconcentração do setor.

“A Sociedade Interamericana de Imprensa é um grupo de empresários, donos de jornais, preocupados em defender seu negócio. A liberdade de expressão pertence aos cidadãos, não é propriedade deles”, declarou Gustavo Bulla, diretor Nacional de Supervisão da AFSCA (Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual), órgão regulador argentino. Simultaneamente ao evento brasileiro ocorria em Mérida, no México, a 66a. reunião da SIP, que reuniu editores e executivos de jornais e meios de comunicação das Américas. A entidade mostrou sua “preocupação” com a iniciativa tomada por alguns Estados brasileiros de criar agências reguladoras de mídia, e pediu aos governadores “veto sumário” às propostas.

Segundo o ministro Franklin Martins, cada país possui seu próprio modelo regulatório, e o Brasil ainda vai escolher o seu. O exemplo da Argentina é instigante. A lei sancionada há um ano pela presidente Cristina Kirchner não tem nada a ver com a venezuelana, como se acusa, e sim com os modelos canadense e norte-americano. “Como no Brasil, também fomos chamados de ‘chavistas’”, conta Bulla. “Isso se faz para colocar medo nos cidadãos.” O que não significa que os argentinos não foram ousados em sua proposta. Não à toa, o maior grupo de comunicação do país, o Clarín, vive às turras com o governo e é considerado “o maior partido de oposição” a Kirchner.

Se já há tanta polêmica no Brasil em torno do marco regulatório, imaginem se fosse feito aqui o que ocorreu na Argentina: em agosto do ano passado, a transmissão das partidas de futebol foi simplesmente “estatizada”. Bulla conta que, como os jogos eram transmitidos via TV a cabo, isso fazia com que uma parte enorme da população não tivesse acesso ao futebol a não ser em locais públicos, como restaurantes, bares e pizzarias. O governo decidiu, então, negociar com a AFA (Associação de Futebol Argentino) a compra dos direitos de transmissão e propôs pagar o dobro do que oferecia o Clarín e a empresa Torneos y Competencias, detentores dos direitos havia 18 anos.

Desde então, todo mundo tem acesso aos jogos via TV estatal, o canal 7. “Eles tentaram ir à Justiça contra a decisão do governo, mas não conseguiram nada”, conta Bulla, citando uma frase do popular locutor esportivo Victor Hugo Morales: “Os direitos exclusivos do futebol foram o cavalo de Tróia da concentração dos meios de comunicação na Argentina”. Além de democratizar o acesso ao futebol, a lei significou não só desconcentração econômica como cultural.
 
Antes, como as rádios de todo o país apenas repetiam a programação vinda de Buenos Aires, um habitante da Patagônia, por exemplo, acordava com notícias sobre o tráfego na capital e não sobre sua própria região. “Isso matava as manifestações regionais de cultura”, diz Gustavo Bulla. Com a nova lei, a mera repetição de conteúdo foi restringida, assim como a possessão de até 24 concessões por um mesmo grupo de comunicação.

O que é bom para a Argentina talvez seja bom para o Brasil – e aí reside o verdadeiro temor dos donos da imprensa, não fictícios atentados à liberdade de expressão. Só falta o governo brasileiro querer questionar também as exclusividades milionárias das transmissões desportivas. Isto também seria considerado censura?




Cynara Menezes é jornalista. Atuou no extinto "Jornal da Bahia", em Salvador, onde morava. Em 1989, de Brasília, atuava para diversos órgãos da imprensa. Morou dois anos na Espanha e outros dez em São Paulo, quando colaborou para a "Folha de S. Paulo", "Estadão", "Veja" e para a revista "VIP". Está de volta a Brasília há dois anos e meio, de onde escreve para a CartaCapital.


Fonte: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/regulamentacao-da-midia-nao-e-sinonimo-de-censura

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sábado, 6 de novembro de 2010

Começam articulações para sucessão à Prefeitura do Rio

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Por Rui Zilnet



As articulações para encontrar um nome que possa suceder o atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, nas próximas eleições municipais, já começam a acontecer. O presidente do Partido Trabalhista do Brasil – PT do B, Vinícius Cordeiro, através do site de relacionamentos twiter, declara estar se articulando para encontrar um nome de oposição a Paes. Para Cordeiro, a Prefeitura está nas mãos de elitistas.

Vinícius Cordeiro afirma ainda, que, no Partido Republicano (PR), surgem os nomes de Fernando Peregrino, candidato derrotado ao governo do Executivo fluminense e de Clarissa Garotinho, eleita deputada estadual pelo Rio de Janeiro nas últimas eleições.

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Música no Jardim Botânico

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Por Rui Zilnet

Durante o mês de novembro, o público do Rio de Janeiro poderá desfrutar, todos os sábados, às 17 horas, apresentações gratuitas de música instrumental brasileira. Trata-se da segunda edição do Projeto Música no Jardim Botânico, com shows instrumentais ao ar livre.

Segundo os organizadores, o objetivo do projeto é oferecer, gratuitamente, uma programação cultural ao ar livre, apresentando shows com artistas renomados da música instrumental brasileira. A parceria entre o projeto e o Jardim Botânico proporciona mais uma opção cultural e artística em importante cenário turístico da cidade.

No próximo sábado, 13, será a vez de Gilson Peranzzetta & Mauro Senise, com a participação especial do guitarrista Leonardo Amuedo. As apresentações seguintes serão de Hamilton de Holanda, com participação do gaitista Gabriel Grossi, no dia 20; e Marco Pereira, com a participação do baixista Guto Wirtti e do acordeonista Bebê Kramer, dia 27.

As apresentações serão realizadas em frente ao Centro de Visitantes do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rua Jardim Botânico 1008, sábados, às 17 horas, com distribuição de senhas a partir das 16h30. Outras informações poderão ser obtidas pelo telefone 21-2526-4477.

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LOBATO, LEITURA E CENSURA

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Por Rui Zilnet


Na última semana, o Conselho Nacional de Educação (CNE) divulgou parecer, recomendando a exclusão de “Caçadas  de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, da lista de livros distribuídos às escolas, apontando preconceito racial na obra.

Considerando as inúmeras críticas que foram encaminhadas ao governo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, decidiu não acatar o polêmico parecer do CNE, que terá que ser revisto. Em entrevista à imprensa, Haddad disse ter recebido muitas manifestações para afastar qualquer hipótese, ainda que por razões justificadas, de censura ou veto a uma obra, sobretudo de Monteiro Lobato. “Pessoalmente não vejo racismo”, completou.

Os escritores Ana Maria Machado, Bartolomeu Campos de Queirós, Lygia Bojunga, Pedro Bandeira, Ruth Rocha e Ziraldo apresentam sua opinião sobre o veto do Conselho Nacional de Educação ao livro As Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, em documento por eles assinado:

“Os abaixo-assinados, escritores brasileiros que, como Monteiro Lobato, têm suas obras destinadas às crianças brasileiras, vêm, através deste documento, apresentar seu desagrado e desacordo ao veto do Conselho Nacional de Educação ao livro As Caçadas de Pedrinho, do nosso grande autor. Suas criações têm formado, ao longo dos anos, gerações e gerações dos melhores escritores deste país que, a partir da leitura de suas obras, viram despertar sua vocação e sentiram-se destinados, cada um a seu modo, a repetir seu destino.

A maravilhosa obra de Monteiro Lobato faz parte do patrimônio cultural de todos nós – crianças, adultos, alunos, professores – brasileiros de todos os credos e raças. Nenhum de nós, nem os mais vividos, têm conhecimento de que os livros de Lobato nos tenham tornado pessoas desagregadas, intolerantes ou racistas. Pelo contrário: com ele aprendemos a amar imensamente este país e a alimentar esperança em seu futuro. Ela inaugura, nos albores do século passado, nossa confiança nos destinos do Brasil e é um dos pilares das nossas melhores conquistas culturais e sociais. Rio de Janeiro, 4 de novembro de 2010”

O documento é assinado por Ana Maria Machado, Bartolomeu Campos de Queirós, Lygia Bojunga, Pedro Bandeira, Ruth Rocha e Ziraldo.

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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mais de mil contas de racismo na internet denunciadas ao MP

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Safernet denuncia mil contas por racismo

Por Vinicius Aguiari, de INFO Online - Sexta-feira, 05 de novembro de 2010 - 17h01



SÃO PAULO - A ONG Safernet protolocou ontem no Ministério Público paulista uma notícia-crime relacionada às manifestações de racismo cometidas no Twitter e no Facebook no domingo, após a apuração das eleições.
O relatório da Safernet identifica 1 037 perfis acusados de cometer racismo contra nordestinos. Os perfis foram denunciados por outros usuários desde domingo até às 18h de ontem.

Segundo o presidente da Safernet, Tiago Tavarez, cabe agora ao MP decidir se aceita a denúncia e aprofunda as investigações sobre o caso ou se o arquiva. Além da notícia-crime da Safernet, o MP também recebeu uma outra denúncia da Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco.

As mensagens racistas contra os nordestinos foram publicadas na web após a realização das eleições no domingo. As denúncias chegaram à ONG por meio da página www.denuncie.org.br.
 


Apagar contas não exclui provas, diz advogado

Segundo o professor de direito digital e sócio do escritório Opice Blum, Rony Vainzof, a exclusão das mensagens e das contas não excluem as provas. O que importa, nesse caso, é o ato doloso, a vontade consciente do ilícito de praticar, induzir ou incitar a discriminação”, explica ele.

Os usuários que publicaram mensagens racistas sofrem com um agravante, pois cometeram o crime de racismo através de um meio de comunicação. Dessa forma, a pena pode aumentar de um a três anos para de dois para até cinco anos. “É importante que os usuários se conscientizem que a internet não é um mundo sem lei”, alerta o advogado.




Fonte: Transcrito de http://info.abril.com.br/noticias/internet/safernet-denuncia-mil-contas-por-racismo-05112010-40.shl


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Pai da estudante processada por discriminação se diz envergonhado

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A pedido da OAB e da Procuradoria da República, Mayara Petruso será investigada por comentários contra nordestinos na internet

 

Por Rodrigo Rodrigues, iG São Paulo | 05/11/2010 17:46

Fonte: Transcrito do site IG Último Segundo


O empresário Antonino Petruso, morador de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, soube pelos jornais que a filha mais nova, Mayara Penteado Petruso, está sendo alvo de investigação pela Procuradoria Geral da República por crime de preconceito. Ela é a estudante de Direito que, finalizada a apuração que apontou Dilma Rousseff (PT) como nova presidenta do Brasil, desancou a postar frases de preconceito e discriminação contra o povo nordestino na internet.

Nas frases postadas na rede de microblogs Twitter e no Facebook, a jovem sugere o extermínio dos nordestinos e pede o fim do direito de voto para quem não mora na região Sudeste.


 Comentário de Mayara Petruso no Facebook logo após a vitória de Dilma Rousseff na eleição presidencial do último domingo; Preconceito e discriminação contra nordestinos


Antonino Petruso se disse “surpreso, decepcionado e envergonhado” pela atitude da filha e lamentou que a menina tenha se deixado influenciar pelo “acirramento” do debate eleitoral. “Nunca fui chegado a política e nunca ensinei nada disso para as minha filhas. Tenho um enorme respeito pelos nordestinos e é graças a eles que consigo dar uma vida digna para minha família e pagar a faculdade da Mayara”, disse Petruso ao iG, em entrevista por telefone.

Petruso é dono de uma rede de supermercados de Bragança e diz que tem vários clientes e empregados de origem nordestina. Pai de quatro filhos, ele trabalha mais de 15 horas por dia para administrar o negócio herdado do pai. Nos últimos anos, em virtude da melhora da economia, viu os negócios melhorarem graças às políticas econômicas do governo Lula. “Tenho muita simpatia pelo Lula. Ele não resolveu tudo, mas fez um excelente governo. Se a Mayara tivesse me consultado, teria pedido para ela votar na Dilma. Entre todos os candidatos, ela era a melhor opção para o País”, afirmou o empresário.


Relacionamento

Mayara é filha de um relacionamento de Antonino fora do casamento. Embora o empresário financie os estudos e a moradia da jovem em São Paulo, ele narra que o relacionamento com a filha é um pouco distante. “Desde quando ela foi morar em São Paulo, pouco nos falamos. Duas outras filhas também moraram na capital nesses últimos anos, mas ela não mantinha contato nenhum com as irmãs nesse período”, contou.

Desde quando soube do caso, Antonino tenta encontrar a filha para saber o que de fato aconteceu, mas não consegue localizá-la. Após tentar fazer contato com a garota pelo celular e até ligar para a mãe dela, não obteve retorno e se disse preocupado com o que possa estar acontecendo. “A internet tem muito problema de hacker. Eu mesmo já tive o e-mail invadido por eles. Quero ouvir dela o que está acontecendo. Se ela fez mesmo essas coisas graves que os jornais estão dizendo, terá que pagar e responder na Justiça”, disse o pai. “Sou contra qualquer tipo de discriminação. É o pior crime possível e estou muito chateado que a minha filha esteja envolvida nesse tipo de coisa”, desabafou.


“Geyse da FMU”

Mayara é estudante do sexto semestre de Direito da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas). Transferida de uma faculdade da região do Pari, passou a frequentar as aulas no campus da Liberdade apenas neste ano, no período noturno.

Na sala 203, no segundo andar, a estudante sentava no fundo da classe e conversava com alguns poucos colegas de classe, em virtude do pouco tempo na turma. Apesar de muito jovem, com 21 anos, ela já estagiava em um escritório de advocacia durante o dia, mas foi despedida da empresa por causa do episódio. Na classe, os colegas mais próximos dizem que a jovem nunca soltou qualquer comentário preconceituoso e mantinha o respeito com todos os colegas.

“Era uma jovem sorridente e concentrada nos estudos. Conversava com todo mundo que vinha puxar papo com ela, mesmo aqueles de origem nordestina”, disse o estudante identificado apenas como Carlos, que sentava na frente da jovem e fez trabalhos com ela pelo menos duas vezes neste ano.

“Acho que ela foi ingênua e infeliz ao fazer esse tipo de comentário. Foi uma coisa muito feia o que ela disse, mas sei que ela não deve ter agido por mal”, disse outra colega que se identificou como Aline.

A história de Mayara ecoou entre os alunos da FMU e foi o principal assunto nesta quinta-feira, data que a reportagem do iG esteve na faculdade. No intervalo, nos elevadores e em todas as salas de aula, as pessoas buscavam identificar quem era a garota apelidada de “Geyse da FMU”, em referência ao episódio da estudante Geyse Arruda, que foi hostilizada por colegas da Uniban por frequentar as aulas  com um vestido cor de rosa curtíssimo.

“A Mayara é a maior celebridade do curso de Direito hoje”, brincou um jovem durante o intervalo das aulas, numa roda com outros cinco jovens do terceiro ano.

“Desde o dia em que o episódio de preconceito veio a tona, Mayara não apareceu mais na faculdade. As amigas mais próximas dizem que ela não atende ao telefone nem responde e-mails. Uma delas chegou até a visitar a república onde Mayara mora com outras duas amigas, mas foi informada de que a jovem teria voltado para Bragança, para a casa da mãe.

Os colegas de sala temem que ela abandone o curso. Todos lamentaram o episódio e disseram até que sentem dó pelo que Mayara está passando. “Ela é muito novinha. Não deve estar sendo fácil enfrentar toda essa pressão”, afirmou a representante de sala.


'Case' de Direito

O caso da jovem de Bragança Paulista está sendo tratado pelos professores como “case” das aulas de Direito Civil. Segundo os alunos, alguns professores até analisaram o caso da jovem pela ótica jurídica. “Um dos professores afirmou que ela pode responder processo por incitação à violência e discriminação”, disse Rafael Prado, estudante do quarto ano de Direito. “Os professores estão usando o caso para alertar os alunos sobre os limites da internet. É capaz até de as aulas de Direito Eletrônico ficarem mais animadas”, brincou o estudante.



Ameaças e preconceitos

A Segurança da FMU também está em alerta. Para evitar que a jovem sofra qualquer tipo de hostilidade caso volte às aulas, os seguranças passam pela sala 203 na hora da entrada, do intervalo e na saída. Numa dessas rondas, a reportagem do iG foi flagrada dentro da sala de aula, ouvindo os colegas da jovem na hora do intervalo. Ao convidar o repórter a se retirar da faculdade, um dos seguranças disse que os responsáveis pela segurança estão em alerta total porque um jovem de origem nordestina invadiu a universidade da última quarta, ameaçando agredir Mayara. “A sorte é que ela não tem vindo às aulas”, disse um dos seguranças.

O pai de Mayara afirma que o episódio causou muitos problemas para a família. Além de assunto entre a maioria dos jovens de Bragança, uma das irmãs de Mayara tem sido alvo de críticas e comentários preconceituosos na faculdade onde estuda, em Bragança. A jovem confessou ao pai que alguns professores também têm destratado a moça em virtude do episódio. “Gostaria que as pessoas não confundissem as coisas por causa de um sobrenome. A Mayara tem 21 anos e responde por seus atos. O que ela fez foi muito grave, mas nós, familiares, só podemos lamentar e ajudá-la a se livrar desse preconceito ruim”, avalia o pai. “Os que confundem as coisas, incorrem num erro ainda mais grave que o da minha filha”, sentencia.


Desculpas da família

Antonino Petruso soube pelo iG que a filha não está frequentando a faculdade. Com problemas de visão que o impedem de dirigir, o empresário deve viajar a São Paulo no final de semana com uma das filhas para encontrar a filha e tentar orientá-la.

A Procuradoria Regional da República de São Paulo já solicitou ao Ministério Público Federal (MPF) que abra investigação contra Mayara. O processo foi encaminhado para a procuradora Melissa Garcia Blagitz Abreu e Silva, do Grupo de Combate aos Crimes Cibernéticos).

O pai da jovem promete contratar um advogado para ajudar a filha, mas ressalta que a jovem terá que responder por seus atos. “Preconceito é um crime inaceitável. Se ela fez isso mesmo, terá que pagar. Como pai, peço apenas desculpas aos nordestinos, do fundo do meu coração. Amo o Nordeste e todos os nordestinos merecem o meu respeito”, declarou Antonino Petruso.


Lá fora

O caso chegou a repercutir na imprensa internacional. O site do jornal britânico  publicou reportagem do seu correspondente no Brasil a respeito do assunto. A matéria diz que se a jovem for condenada pela Justiça, poderá pegar uma pena de dois a cinco anos de prisão por racismo. Ou então, de três a seis meses - ou multa - por incitar o assassinato na internet.
O jornal britânico também lembrou a diversidade étnica do Brasil e afirmou que os metiços formam a grande maioria da população brasileira.


Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/pai+da+estudante+processada+por+discriminacao+se+diz+envergonhado/n1237820606679.html

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Xenófoba Daniella Lindner na mira da Justiça

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Por Rui Zilnet

A catarinense Daniella Lindner, que no último domingo disparou mensagens ofensivas e discriminatórias contra o PT, nordestinos, nortistas e presidente eleita, pelo twitter, já está sendo alvo de investigação e providências pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina. Lindner atuou como secretária, na 48a Seção, da 89a Zona Eleitoral, em Blumenau, nas eleições deste ano.

Após denúncia enviada por e-mail à Corregedoria do TRE-SC, na última quarta-feira, dia 3, o caso foi acolhido e encaminhado imediatamente ao Procurador daquele Tribunal para que sejam adotadas as medidas necessárias. As mensagens postadas por Lindner no twiter foram as seguintes:

“Eu vo dormi pq amanha eu tenho que ralar pro #PT me roubar e dar pros #bolsatudo do norte e nordeste –“

“Que Páis é esse? ..É a porra do BRASIL! ...onde nordestino acha que é gente! ... É só olhar pra ver que eu sou do #SUL!”

"Eu to mais preocupada com o futuro do que com o feminismo... MAS QUE SE FODA SE ELA É A PRIMEIRA MULHER.. - - pra mim ela é o primeiro fantoche!"

Agora, o que se espera da Justiça é que pessoas como Daniella Lindner e Mayara Petrusco, que usam os sites de relacionamentos sociais da Internet para discriminar pessoas e incitar a violência não fiquem impunes.


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Os perigos da soberba

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Por Mauro Santayana
Transcrito do Jornal do Brasil


Se o homem é a sua circunstância, a circunstância de José Serra é São Paulo. É conhecido o orgulho do grande estado, com desenvolvimento econômico que supera o de numerosos países europeus, sua cultura cosmopolita, e a oportunidade de realização pessoal de muitos dos que procuram ali a sua sorte. Todas essas qualidades do povo de São Paulo distanciam o estado do resto do país. Talvez por isso mesmo, as suas elites, ressalvadas as exceções, não saibam exatamente o que é o Brasil. Para isso, teriam que aceitá-lo. Da Avenida Paulista se vê melhor a City e a Place de la Bourse; seus telefones chamam mais Hong Kong e Shangai do que Aracaju e São Gabriel da Cachoeira. É provável que não seja exatamente assim, mas muitos paulistas dão ao resto do Brasil a impressão de que se sentem incomodados com a companhia dos demais estados.

Ainda agora estamos assistindo a uma dolorosa e inusitada campanha racista na internet, a partir de São Paulo, contra os nordestinos, a propósito da grande vitória de Dilma na região, embora os resultados eleitorais demonstrem que ela teria sido vitoriosa, mesmo que as eleições só ocorressem fora do Nordeste. A campanha ressuscita os fantasmas de 32, ao pregar, criminosamente, o separatismo. Esqueçamos, a fim de não turbar o raciocínio, a verdade de que São Paulo não se fez só: a inteligência, o trabalho e mesmo o capital dos demais brasileiros e dos imigrantes europeus ajudaram a erguer a sua economia.

Como a circunstância de José Serra é a que apontamos, temos a explicação para o desastrado pronunciamento que fez, diante da derrota. Faltou-lhe, naquele momento, a elegância que se espera dos grandes homens. Ele desdenhou o esforço feito – e reconhecido em todo o país – por Aécio, simplesmente ignorando-o. Agora, os mineiros se sentem outra vez afrontados.

Como Jânio, Serra falou em “forças terríveis”, anunciou, com suas metáforas, que continua candidato, falou em trincheiras, afirmou que o povo “não quis que fosse agora” e despediu-se com um “até breve”.

Alguns estão atribuindo a Aécio a derrota de Serra, embora o ex-governador de Minas tenha constrangido grande parte dos mineiros, ao solicitar votos a favor de quem os desdenhara, ao recusar a disputa democrática com Aécio junto às bases do PSDB. Aécio pode ter perdoado a Serra a aleivosia, mas os mineiros, não. E não se esqueça que Dilma nasceu em Belo Horizonte.

Espera-se que, passados os dias mais amargos do malogro eleitoral, José Serra recobrará a serenidade e entenderá que a sua biografia pode encerrar-se, sem nenhum desdouro, mesmo que não chegue à Presidência. Ele prestou assinalados serviços ao país, como líder estudantil, parlamentar e ministro da Saúde, e particularmente a São Paulo, como prefeito e governador, não obstante sua cumplicidade nas privatizações e na abertura do mercado financeiro. Para que volte a candidatar-se, é preciso que se dedique a conhecer realmente o Brasil. Conhecer não é visitar uma cidade ou outra, por algumas horas. É aceitar sua humanidade, ler os seus escritores, assimilar a fantástica sabedoria do povo, enfim, participar de seus sonhos, solidarizar-se e comover-se com seus sofrimentos – enfim, integrar-se em sua realidade.

É injusto reduzir o problema federativo brasileiro a um conflito entre Minas e São Paulo. Se São Paulo se orgulha em destacar-se do Brasil pela sua pujança econômica, Minas integra o todo brasileiro com alegria e sem qualquer constrangimento. Minas é o centro-oeste na margem esquerda do São Francisco; é o Nordeste nas duas margens do Jequitinhonha e na fronteira setentrional com a Bahia; é quase atlântica na Zona da Mata e no baixo Rio Doce. O conflito é entre a parcela mais soberba das elites paulistas e o resto do país.







Fonte: Jornal do Brasil - http://www.jblog.com.br/politica.php?itemid=24344
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Lula e o preconceito dos poderosos

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Discriminação a nordestinos não é privilégio de Mayara Petrusco

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Rui Zilnet


O foco sobre a prática de xenofobia, que tomou conta do twitter desde o último domingo, recaiu sobre Mayara Petrusco, jovem da classe média alta de São Paulo, desviando a atenção sobre outras pessoas que também cometeram o mesmo crime neste período. Mas xenofobia não é privilégio de Petrusco.






Na cidade de Blumenau, em Santa Catarina, Daniella Lindner - @Dannymiguxas – também jogou pesado contra os nordestinos e petistas. No twitter de Lindner, que já não existe, ela ataca primeiro contra o PT: “Eu vo dormi pq amanha eu tenho que ralar pro #PT me roubar e dar pros #bolsatudo do norte e nordeste –“

E o ataque continua contra os nordestinos: “Que Páis é esse? ..É a porra do BRASIL! ...onde nordestino acha que é gente! ... É só olhar pra ver que eu sou do #SUL!”

Ataca também a presidente eleita, Dilma Rousseff: "Eu to mais preocupada com o futuro do que com o feminismo... MAS QUE SE FODA SE ELA É A PRIMEIRA MULHER.. - - pra mim ela é o primeiro fantoche!"






Para Daniella Lindner, o PT rouba e nordestino acha que é gente [http://twitpic.com/32uy3c], além de menosprezar o Brasil como nação, enaltecendo o Sul, desfazendo da presidente, chamando-a de fantoche.

Daniella Lindner atuou como secretária da 48ª Seção, da 89ª Zona Eleitoral, em Blumenau. O fato foi denunciado ao Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina.

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Poste ameaça cair em Santa Teresa


Rui Zilnet

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Santa Teresa é um bairro histórico localizado numa colina no Centro do Rio de Janeiro,  proporcionando aos visitantes e moradores um dos cenários mais pitorescos da Cidade Maravilhosa. Suas ruas estreitas são recortadas pelos trilhos do bonde elétrico que ainda circula, sendo o transporte preferido pelos turistas do mundo inteiro.

O bairro, que surgiu no século XVIII, no entorno do Convento de Santa Teresa, construído naquela época, possui uma associação de moradores atuante, mas enfrenta problemas de infraestrutura e esquecimento de órgãos da administração e de serviços públicos.

Um dos problemas mais graves no bairro, que é visível a todos, diz respeito à conservação da rede elétrica. Constantemente o bairro sofre apagões provocados pela queda de postes, que servem de sustentação aos cabos de eletricidade, telefonia e do fio trólei do bonde, principalmente em dias de tempestades.

A queda dos postes, além de causar a falta de energia, impede o trânsito de veículos particulares e de transporte coletivo, provocando grandes transtornos e prejuízos à população.

A foto mostra um poste de ferro fundido, totalmente seccionado, apoiado sobre a sua própria base e equilibrado pelos fios e uma marquise do prédio localizado na Rua Almirante Alexandrino número 306. Este poste, que ameaça cair há muito tempo, está em lugar muito visível e provocando riscos a pedestres e veículos que circulam pelo local, podendo causar, inclusive, a morte de alguém. 


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Democracia Tucana

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Escrito por Luiz de Carvalho, no site da CUT

No início de outubro, em um Congresso Nacional esvaziado enquanto o Brasil discute as eleições, o Projeto de Lei (PL) 84/99 do senador Eduardo Azeredo, do PSDB de José Serra, foi aprovado em duas comissões na Câmara.

Também conhecido como “AI-5 digital”, uma referência ao Ato Institucional nº 5 que o regime militar baixou em 1968 para fechar o parlamento e acabar com a liberdade de expressão, o PL permite violar os direitos civis, transfere para a sociedade a responsabilidade sobre a segurança na internet que deveria ser das empresas e ataca a inclusão digital.


O projeto de Azeredo passa também a tratar como crime sujeito a prisão de até três anos a transferência ou fornecimento não autorizado de dado ou informação. Isso pode incluir desde baixar músicas até a mera citação de trechos de uma matéria em um blog.


Conheça os principais pontos do projeto do Azeredo.


1. Quebra de sigilo
Ironicamente, o PL do parlamentar ligado ao partido que se diz vítima de uma suposta quebra de sigilo nas eleições, determina que os dados dos internautas possam ser divulgados ao Ministério Público ou à polícia sem a necessidade de uma ordem judicial. Na prática, será possível quebrar o sigilo de qualquer pessoa sem autorização da Justiça, ao contrário do que diz a Constituição.


2. Internet para ricos
Azeredo quer ainda que os provedores de acesso à Internet e de conteúdo (serviços de e-mail , publicadores de blog e o Google) guardem o registro de toda a navegação de cada usuário por três anos, com a origem, a hora e a data da conexão.


Além de exemplo de violação à privacidade, o projeto deixa claro: para os tucanos, internet é para quem pode pagar, já que nas redes sem fio que algumas cidades já estão implementando para aumentar a inclusão digital, várias pessoas navegam com o mesmo número de IP (o endereço na internet).


3. Ajudinha aos banqueiros –
Um dos argumentos do deputado ficha suja reeleito em 2010 – responde a ação penal por peculato e lavagem ou ocultação de bem –, é que o rastreamento das pessoas que utilizam a internet ajudará a acabar com as fraudes bancárias. Seria mais eficaz que os bancos fossem obrigados a adotar uma assinatura digital nas transações para todos os clientes. Mas, isso geraria mais custos aos bancos e o parlamentar não quer se indispor com eles.

O que acontece agora?
Atualmente, o “PL Azeredo” tramita na Câmara de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara e aguarda a posição do relator Júlio Semeghini, do PSDB-RJ.


A má notícia é que foi esse deputado que garantiu, em outubro de 2009, que o projeto aguardaria o desenrolar dos debates para seguir tramitando. Mas, Semeghini fez o contrário do prometido e tocou o projeto adiante.


Com a provável aprovação, a última alternativa para evitar que vire lei e acabe com a democracia digital no Brasil será o veto do próximo presidente.

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OAB representa na Justiça contra discriminação a nordestinos

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A seção Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) entra hoje, na Justiça de São Paulo, com representação criminal contra a onda de ataques aos nordestinos divulgada pelo Twitter após o resultado da eleição.

No domingo à noite, usuários da rede de microblogs começaram a postar mensagens ofensivas ao Nordeste contra a vitória de Dilma Rousseff, relacionando o resultado à boa votação de Dilma na região. A representação da OAB-PE é contra a estudante de Direito Mayara Petruso, de São Paulo, uma das que teriam iniciado os ataques. Segundo o presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, Mayara deve responder por crime de racismo (pena de dois a cinco anos de prisão, mais multa) e incitação pública de prática de crime (cuja pena é detenção de três a seis meses, ou multa), no caso, homicídio. Entre as mensagens postadas pela universitária, há frases como: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".

"São mensagens absolutamente preconceituosas. Além disso, é inadmissível que uma estudante de Direito tenha atitudes contrárias à função social da sua profissão. Como alguém com esse comportamento vai se tornar um profissional que precisa defender a Justiça e os direitos humanos?", diz Mariano.

Em julho deste ano, a seção pernambucana da Ordem já havia prestado queixa à Polícia Federal contra pelo menos dez usuários do Twitter, por mensagens ofensivas aos nordestinos após as enchentes na região.

"Essas redes sociais são meios de comunicação de alcance nacional, e crimes que ocorram nelas são de ordem federal. São ofensas que atingem todos os nordestinos, existe um direito difuso aí sendo desrespeitado", completa Mariano.

No domingo, usuários do Twitter insatisfeitos com a vitória de Dilma postaram frases como "Tinham que separar o Nordeste e os bolsas vadio do Brasil" e "Construindo câmara de gás no Nordeste matando geral". Como reação, outros usuários passaram a gerar mensagens com "#orgulhodesernordestino", hashtag que ficou entre os primeiros lugares no ranking mundial no Twitter.


Fonte: Diário do Nordeste – 3/11/2010


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Onda de discriminação pela internet

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Rui Zilnet

Terminadas as eleições, a alegria de sentir que o processo democrático avança e as classes sócio-econômicas mais baixas conquistam um pouco mais de respeito e dignidade como seres humanos. Entretanto, a constatação de que há muito a fazer, pois o preconceito por etnia, sexo, gênero, classe social e pensamento, além de muito acentuado, ainda é questão muito séria e preocupante no Brasil.

Nos dois primeiros dias após as eleições, o que presenciamos foi uma avalanche de mensagens discriminatórias contra os nordestinos, pobres e negros, transmitidas pela internet. Para um país com a história de tantas lutas por liberdade como o nosso, isto é inaceitável.

Agora, já não se tratam de divergências ideológicas. É o caráter das pessoas que fica em evidência. O racismo, a xenofobia, a homofobia, a discriminação aos trabalhadores que produzem o bem estar para todos, principalmente para os de classes sociais privilegiadas, não tem justificativa, tampouco pode ser aceitável.

Os autores das mensagens, na sua maioria, são jovens de classe média alta e cursando universidade, oriundos das regiões Sul e Sudeste do país. O conteúdo nazi-facista dos scraps daria inveja a Hitler. Esta onda de discriminação contra nordestinos, gays, pobres, ciganos, sem-teto, sem-terra, precisa acabar. Isto é muito triste e perigoso.

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