segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Após tragédia anunciada, serviço de bondes é interrompido em Sta Teresa


Rui Zilnet

Foto: Rui Zilnet
Depois do trágico acidente envolvendo um bonde, ocorrido no último sábado em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral determinou à Secretaria Estadual de Transportes a modernização do sistema do tradicional meio de transporte do bairro. Foi necessária a morte de cinco pessoas, deixando mais de 50 gravemente feridas, para Cabral e seu secretário de transportes tomarem uma atitude.

A tragédia, que vinha sendo anunciada há muito tempo, através de denúncias e atos de protestos contra a situação precária que se encontram os bondes, poderia ter sido evitada pelo governo do Estado. Mas, como sempre, antes é necessário acontecer uma catástrofe, ceifando a vida de pessoas inocentes e desavisadas, para que as iniciativas sejam tomadas.

O bonde de Santa Teresa, além de se destacar como símbolo turístico do Rio de Janeiro, em igualdade de importância ao Bondinho do Pão de Açúcar e ao Trem do Corcovado, também é um importante meio de transporte de baixo custo para os moradores do bairro.

O sistema de bondes em Santa Teresa foi implantado em 1877, puxados por parelhas de mulas, ligando a Rua do Riachuelo (na Lapa) ao Largo dos Guimarães. No dia 1 de setembro de 1896 entraram em circulação os bondes elétricos, entre o Largo da Carioca, no Centro do Rio - passando sobre o antigo aqueduto no Largo da Lapa -, até o Largo do França, em Santa Teresa. A partir daí as linhas foram expandidas, chegando ao Silvestre e Paula Mattos em 1897.

Agora, segundo anúncio feito pelo governador, na noite deste domingo (28), o serviço dos bondes de Santa Teresa está interrompido por tempo indeterminado. Em vistoria realizada no local do acidente, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro (Crea-RJ) detectou problemas no sistema de freios do veículo, que podem ter ocasionado o descarrilamento.

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sábado, 27 de agosto de 2011

Reforma agrária na pauta do governo


Agência Brasil

O governo vai liberar um crédito emergencial de R$ 400 milhões para a reforma agrária. O dinheiro será repassado ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para obtenção de terras, disse nesta sexta-feira (26) Valdir Misnerovicz, membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

A liberação é resultado de uma negociação entre o governo e os movimentos sociais ligados à terra, que estiveram em Brasília esta semana para uma série de mobilizações que fazem parte da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária.

De acordo com o MST, o orçamento do Incra para desapropriações este ano está esgotado. Com o crédito suplementar, a entidade estima que será possível assentar cerca de um terço das 60 mil famílias acampadas atualmente. Os recursos serão usados para assentar famílias acampadas em diversos estados.

“Esta semana foi fundamental na luta dos trabalhadores camponeses. O governo recolocou a reforma agrária no núcleo central da política. A reforma agrária passou a ser um tema da agenda da presidenta Dilma Rousseff”, disse Misnerovicz.

Em relação ao refinanciamento da dívida da agricultura familiar, segundo Plínio Simas, representante da Via Campesina, o governo ofereceu créditos de até R$ 20 mil por família para refinanciamento e novos investimentos com juros de 2% ao ano e prazo de sete anos para quitação da dívida. No entanto, de acordo com ele, os movimentos sociais querem a garantia de um bônus para os pagamentos em dia. “Não fechamos o acordo. Queremos que haja um bônus de adimplência para os agricultores, se não a dívida será apenas arrastada”, declarou.
 
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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Mais um líder assassinado no Pará

Desta vez quem tombou foi o agricultor Valdemar Oliveira Barbosa, conhecido como Piauí, certamente mais uma vítima da ganância de fazendeiros que destroem a Amazônia. O crime aconteceu por volta das 10 horas desta quinta-feira (25), no bairro de São Félix, em Marabá. Este é o sexto assassinato de trabalhador rural ocorrido desde maio deste ano na região.

Piauí era casado e sócio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), durante alguns anos ele coordenou um grupo de famílias que ocupava a Fazenda Estrela da Manhã, no município de Marabá. Como o imóvel não foi desapropriado para reforma agrária, ele voltou para a cidade, ajudando a organizar uma ocupação no bairro Nova Marabá, local onde estava residindo.

No fim do ano passado, um grupo de famílias coordenadas por Piauí foi despejado da Fazenda Califórnia, localizada no município de Jacundá, mas o líder comunitário ameaçava voltar a ocupar o imóvel.

A Fazenda Califórnia explora pecuária e carvoaria. Segundo a CPT, pistoleiros teriam sido contratados pelo fazendeiro para impedir uma nova ocupação da área. O assassinato de Piauí pode estar ligado à tentativa de reocupação da fazenda.

A polícia ainda não forneceu informações sobre a autoria do crime. Dos seis assassinatos ocorridos na região de maio até agora, ninguém foi preso. “O comportamento da polícia civil do Pará tem sido de investigar as vítimas e não os responsáveis pelas mortes, quando se trata de crimes no campo”, denuncia a CPT.

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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte


“Mais Desenvolvimento com menos impactos ambientais”


Canteiro de obras da UHE Belo Monte - Foto: Vagney Santos
O Aproveitamento Hidrelétrico (AHE) Belo Monte tem sua origem nos Estudos de Inventário da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu, concluídos em dezembro de 1979, que contemplavam a exploração de um grande bloco de energia com pelo menos duas usinas, uma situada próxima à cidade de Altamira e outra na Volta Grande do Xingu, constituindo o denominado Complexo Hidrelétrico (CHE) de Altamira. Essa configuração inicial criava um lago de 1.225 quilômetros quadrados, alagava boa parte da cidade de Altamira e inundava a área indígena Paquiçamba.

Nos anos 90 a Eletrobrás decidiu reavaliar o projeto, buscando minimizar os impactos ambientais de qualidade da água no rio Bacajá, eliminar a interferência do reservatório com a Terra Indígena Paquiçamba e diminuir a área de inundação do reservatório do AHE Belo Monte. Em 2000 foi iniciada a 2ª etapa dos Estudos de Viabilidade do AHE Belo Monte, concluídos em 2002 e enviados à Agência Nacional de Energia Elétrica.

Em 2005 o Congresso Nacional autorizou o Poder Executivo a implantar o Aproveitamento Hidroelétrico Belo Monte, a ser desenvolvido após estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental. Foram realizados, então, novos estudos e a Revisão do Inventário do rio Xingu, que prevê a construção apenas do AHE Belo Monte no rio. Estes estudos deram origem ao atual projeto, que causará bem menos impactos do que o anterior e garantirá mais desenvolvimento regional.

O AHE Belo Monte se localiza na “Volta Grande” do rio Xingu, próximo a Altamira. A hidrelétrica terá 11.181 MW de capacidade instalada, com 20 unidades de 550 MW na casa de força principal e 7 unidades de 25,9 MW em uma casa de força complementar. Por ser conectado ao Sistema Interligado Nacional, permite alcançar 4.796 MW médios de energia firme sem depender de qualquer regularização de vazão do rio Xingu, ou seja, não requer a construção de nenhum outro barramento desde a nascente do rio até a cidade de Altamira.

Na atual configuração a usina alagará 516 quilômetros quadrados, dos quais 200 quilômetros quadrados correspondem às cheias anuais normais do rio Xingu. Isso resulta em 0,04 quilômetros quadrados alagados por MW instalado, uma das melhores relações do país para empreendimentos implantados acima de 1.000 MW de potência instalada.

Nos meses de cheias do rio Xingu, o grande volume das vazões, em parte defasadas dos demais rios do país, proporciona uma elevada geração de energia no AHE Belo Monte permitindo que várias outras hidrelétricas em outras regiões do país poupem água em seus reservatórios, para utilização no período seco. Nos meses em que o AHE Belo Monte diminui a sua geração de energia (quando a vazão natural se reduz), o restante do Sistema supre a demanda com saldos positivos devido à água economizada.

Para que uma hidrelétrica possa ser construída é obrigatória a licença ambiental, obtida após a apresentação dos Estudos de Impactos Ambientais. São estes estudos que medem os impactos causados pela usina e propõe medidas para que sejam minimizados ou evitados. O EIA determinou uma série de mudanças no Projeto de Engenharia do AHE Belo Monte para diminuir os efeitos negativos sobre o meio ambiente e as pessoas da região.

Uma das definições é a mudança para a cidade de Vitória do Xingu das 2.500 casas para funcionários das obras que antes seriam feitas próximas ao local da casa de força principal, em uma vila residencial. Outra definição é a construção de 500 casas também para funcionários das obras espalhadas pela cidade de Altamira, ao invés de em uma vila fechada. Os estudos determinaram ainda a construção de um canal ao lado da barragem principal para passagem de peixes, a construção de eclusas para fazer com que os barcos possam passar de um lado para o outro do rio Xingu e a definição de um hidrograma ecológico para o trecho do rio entre a barragem principal e a casa de força, garantindo a navegação e a sobrevivência de espécies de peixes e plantas.

Para que o AHE Belo Monte possa ser construído e operado com sustentabilidade, o EIA propõe um conjunto de ações para diminuir e compensar as alterações negativas e melhorar as positivas. Essas ações são os Planos, Programas e Projetos Ambientais que devem ser colocados em prática nas etapas de estudos e projetos, construção, enchimento do reservatório e operação do AHE Belo Monte. Estes planos garantem, por exemplo, o respeito e apoio às comunidades tradicionais e indígenas e o desenvolvimento sustentável da região.

Para a construção do AHE Belo Monte vão ser implantados acessos, canteiros de obras, moradias e alojamentos para os trabalhadores, e residências para os funcionários. O prazo total para implantação da usina é de 10 anos. No terceiro ano de construção (período de pico das obras) haverá cerca de 18.700 funcionários. Para contratar o maior número possível de trabalhadores locais, vai ser oferecido treinamento para formar trabalhadores especializados.


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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ações contra Belo Monte: fruto da desinformação


Canteiro de Obras da Usina de Belo Monte / Foto: Vagney Santos
Enquanto ativistas organizam ações contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, previstas para este sábado (20) e segunda-feira (22), a Norte Energia reafirma sua atuação para a preservação do meio ambiente e respeito às populações, incluindo os povos indígenas presentes na região do Rio Xingu (Pará), na Amazônia, área de influência do empreendimento.

Em nota divulgada à imprensa, a Norte Energia reconhece a livre manifestação proporcionada pela democracia brasileira, afirmando que “respeita as opiniões contrárias ao projeto Belo Monte, embora sejam fruto da desinformação.” Destacando que, “é importante, nesta data, na qual se fala da defesa da Amazônia, que aqueles realmente comprometidos com o progresso do ser humano e o desenvolvimento dessa região e do Brasil possam buscar as informações fartamente disponíveis para empreender um debate qualificado sobre este projeto, de grande relevância para a região do Xingu, para o Estado do Pará e para o País.”

Os estudos realizados ao longo de mais de trinta anos para o aproveitamento hidrelétrico na Amazônia permitiram o aperfeiçoamento do projeto da UHE Belo Monte com foco justamente na preservação e respeito às peculiaridades do bioma local. Um exemplo é o planejamento para que a usina opere em regime de fio d´água (água que entra é a água que sai, sem acumulação), o que reduziu substancialmente a área inundada.

Ao contrário do que tem sido divulgado, a área inundada será de 503km², bastante inferior à área de 1,6 mil km² prevista nos estudos iniciais. Da área inundada, 228 km² correspondem à área em que o Rio Xingu corre na época das cheias e o restante são áreas de propriedades rurais com plantações e criação de gado.

Esta solução também contribuiu para a diminuição do impacto sobre as populações locais, uma vez que a formação do reservatório principal não irá alagar, em qualquer proporção, as terras indígenas delimitadas na região. "O projeto de Belo Monte, preparado pela Norte Energia S.A., tem este cuidado de não inundar nenhuma terra indígena e, por isso, não haverá necessidade de relocação dessas comunidades", afirma o diretor Socioambiental da empresa, Antonio Coimbra.

Atendendo à legislação brasileira, essas terras permanecerão intocadas pelos canteiros de obras, pelas estradas de acesso e demais estruturas de engenharia relacionadas à construção da Usina. A empresa também tem manifestado, inclusive contratualmente, o compromisso em atuar junto à Fundação Nacional do índio (FUNAI) para manter as condições de vida das etnias em suas próprias terras e desenvolver ações para resgatar e valorizar a cultura destas comunidades.

A Norte Energia garante que a usina de Belo Monte levará desenvolvimento à região de Altamira (PA), municípios vizinhos, e a melhoria das condições de vida de 4.500 famílias que residem em palafitas. A região também receberá uma compensação financeira anual de R$ 88 milhões.

Para saber mais sobre o empreendimento, acesse: www.blogbelomonte.com.br e www.norteenergiasa.com.br

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Absurdos do fanatismo religioso


“Intolerância religiosa afeta autoestima de alunos e dificulta aprendizagem, aponta pesquisa”

Por Amanda Cieglinski - Agência Brasil

Fernando* estava na aula de artes e tinha acabado de terminar uma maquete sobre as pirâmides do Egito. Conversava com os amigos quando foi expulso da sala aos gritos de “demônio” e “filho do capeta”. Não tinha desrespeitado a professora nem deixado de fazer alguma tarefa. Seu pecado foi usar colares de contas por debaixo do uniforme, símbolos da sua religião, o candomblé. O fato de o menino, com então 13 anos, manifestar-se abertamente sobre sua crença provocou a ira de uma professora de português que era evangélica. Depois do episódio, ela proibiu Fernando de assistir às suas aulas e orientou outros alunos para que não falassem mais com o colega. O menino, aos poucos, perdeu a vontade de ir à escola. Naquele ano, ele reprovou e teve que mudar de colégio.

Quem conta a história é a mãe de Fernando, Andrea Ramito, que trabalha como caixa em uma loja. Segundo ela, o episódio modificou a personalidade do filho e deixou marcas também na trajetória escolar. “A autoestima ficou muito baixa, ele fez tratamento com psicólogo e queria se matar. Foi lastimável ver um filho sendo agredido verbalmente, fisicamente, sem você poder fazer nada. Mas o maior prejudicado foi ele que ficou muito revoltado e é assim até hoje”, diz.

Antes de levar o caso à Justiça, Andréa tentou resolver a situação ainda na escola, mas, segundo ela, a direção foi omissa em relação ao comportamento da professora. A mãe, então, decidiu procurar uma delegacia para registrar um boletim de ocorrência contra a docente. O caso aguarda julgamento no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Se for condenada, o mais provável é que a professora tenha a pena revertida em prestação de serviços à comunidade.

Já a Fundação de  Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec), responsável pela unidade, abriu uma sindicância administrativa para avaliar o ocorrido, mas a investigação ainda não foi concluída. Por essa razão, a professora – que é servidora pública – ainda faz parte do quadro da instituição, “respeitando o amplo direito de defesa das partes envolvidas e o Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado do Rio de Janeiro”, segundo nota enviada pelo órgão. A assessoria não informou, entretanto, se ela está trabalhando em sala de aula.

A história do estudante Fernando, atualmente com 16 anos, não é um fato isolado. A pesquisadora Denise Carrera conheceu casos parecidos de intolerância religiosa em escolas de pelo menos três estados – Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. A investigação será incluída em um relatório sobre educação e racismo no Brasil, ainda em fase de finalização.

“O que a gente observou é que a intolerância religiosa no Brasil se manifesta principalmente contra as pessoas vinculadas às religiões de matriz africana. Dessa forma, a gente entende que o problema está muito ligado ao desafio do enfrentamento do racismo, já que essas religiões historicamente foram demonizadas”, explica Denise, ligada à Plataforma de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca Brasil), que reúne movimentos e organizações da sociedade civil.

Denise e sua equipe visitaram escolas de Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. Ouviram de famílias, professores e entidades religiosas casos que vão desde humilhação até violência física contra alunos de determinadas religiões. E, muitas vezes, o agressor era um educador ou membro da equipe escolar.

“A gente observa um crescimento do número de professores ligados a determinadas denominações neopentecostais que compreendem que o seu fazer profissional deve ser um desdobramento do seu vínculo religioso. Ou seja, ele pensa o fazer profissional como parte da doutrinação, nessa perspectiva do proselitismo”, aponta a pesquisadora.

Alunos que são discriminados dentro da escola, por motivos religiosos, culturais ou sociais, têm o processo de aprendizagem comprometido. “Afeta a construção da autoestima positiva no ambiente escolar e isso mina o processo de aprendizagem porque ele se alimenta da afetividade, da capacidade de se reconhecer como alguém respeitado em um grupo. E, na medida em que você recebe tantos sinais de que sua crença religiosa é negativa e só faz o mal, essa autoafirmação fica muito difícil”, acredita Denise.

Para ela, a religião está presente na escola não só na disciplina de ensino religioso. “Há aqueles colégios que rezam o Pai-Nosso na entrada, que param para fazer determinados rituais, cantar músicas religiosas. Criticamos isso no nosso relatório porque entendemos que a escola deve se constituir como um espaço laico que respeite a liberdade religiosa, mas não que propague um determinado credo ou constranja aqueles que não têm vínculo religioso algum”, diz.

* O nome foi alterado em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Impactos de Belo Monte podem ser compensados


“É muito cômodo eu estar aqui cheio de eletricidade, com computador ligado, viajando de avião várias vezes ao ano, enquanto no Norte fica todo mundo comendo folha e caçando minhoca. Isso é deplorável.”

‘A conservação da pobreza é patifaria’

Por Paula Thomaz, em Carta Capital

Tribos indígenas participam de discussão sobre a instalação da usina
de Belo Monte. Foto: Elza Fiúza/ABr
Os recursos hídricos de que dispõe o Brasil colocam o país no centro da polêmica quando o assunto é geração de energia.  Mas não é de uma hora para outra que uma hidrelétrica sai do papel. A Usina de Belo Monte, cujos debates sobre a construção começaram nos idos dos anos 1970 e duram até hoje, é um dos principais exemplos. E um dos entraves para seu andamento é o impacto social e ambiental que provocará.

Para o professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe-UFRJ), do ponto de vista social, há uma saída para a construção das hidrelétricas. A perturbação provocada nas áreas de impacto da usina pode ser compensada como uma alternativa às famílias afetadas.

“É um problema real. Elas moram ali e precisam sair. Agora, tem que ser para melhor. A conservação da pobreza, para mim, é uma patifaria. É muito cômodo eu estar aqui cheio de eletricidade, com computador ligado, viajando de avião várias vezes ao ano, enquanto no Norte fica todo mundo comendo folha e caçando minhoca. Isso é deplorável. As pessoas têm que sair desse nível primitivo de vida e passar a integrar o mundo moderno. Não precisa comprar automóvel, nada disso, mas tem que ter educação, saúde, eletricidade em casa, habitação decente.”

Ao fazer essa defesa, Pinguelli, que participa do seminário “Hidrelétricas: as necessidades do País e o respeito à sustentabilidade”, promovido pela CartaCapital no próximo dia 22, cita o exemplo do povo Inuit, nova denominação dada aos esquimós, que vivem em Quebéc, no Canadá, onde foi construída a usina hidrelétrica La Grande 2.  De acordo com o professor, é um modelo viável. “Os canadenses têm populações de esquimós em altíssimo padrão de vida graças à renda das usinas hidrelétricas que ocuparam parte da terra deles.”

O professor explica, porém, que, do ponto de vista ambiental, o impacto da hidrelétrica é inevitável. “Já se reduziu muito [o impacto] aqui no Brasil ao fazê-las a fio d’água, sem reservatório. Assim, ela não inunda quase nada”, diz. O professor da UFRJ acredita ainda que há protestos justos, corretos, da oposição à Belo Monte e há outras equivocadas.

“A inundação, por exemplo, é mínima”, afirma. “Quinhentos quilômetros quadrados na Amazônia é uma poça d’água, ainda mais que é em cima do rio, parte dessa área é do Rio. Ele é largo e ele mesmo se alarga mais ainda. O reservatório de Belo Monte é muito pequeno. Não há reservatório praticamente.”

Embora tenha capacidade instalada de 11 mil MW, o que a tornará a segunda maior hidrelétrica do país, Belo Monte terá produção de energia em períodos de seca na ordem de 4,4 mil MW, 40% da capacidade. A atual maior usina do país, a Itaipu binacional, tem 14 mil MW de capacidade e produção em época de seca alcançando os 61%.

Pinguelli relativiza essa situação. Para ele, é um equívoco vender essa ideia comparando com 100% da capacidade da usina. As usinas brasileiras têm um nível de capacidade um pouco acima de 50%. “Há uma exceção,  por exemplo as usinas do rio Madeira, que estão muito acima dos 50%. Agora, a média brasileira fica um pouco acima de 50% e Belo Monte fica em 42%, que é bem pior. Mas as hidrelétricas do mundo, a média é muito abaixo disso. Na Europa, em alguns casos, abaixo de 30%; os EUA a média deles é 46% em todo o território americano. Se fizesse reservatórios grandes como no passado, você regularizava o rio e poderia aumentar muito o fator de capacidade. Mas isso não é mais feito para evitar impacto ambiental, porque você guarda água de um período para outro, aí regulariza e inunda uma área grande. Mas evitando inundar você tem que conviver com esses fatores  de capacidade. O que já está acontecendo no Brasil, necessidade de complementação à hidrelétrica, o que está sendo feito.”

A licença para a instalação da usina foi dada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em 1º de junho deste ano. Antes de entrar em funcionamento, a usina ainda precisa obter uma licença de operação, que está condicionada ao cumprimento de todas as exigências socioambientais previstas no projeto.

Esses e outros temas sobre a construção das usinas hidrelétricas no país serão discutidos no seminário “Hidrelétricas: as necessidades do País e o respeito à sustentabilidade”, promovido pela revista CartaCapital no próximo dia 22 de agosto. Além da participação do professor da UFRJ, são convidados para o debate Jorge Miguel Samek, diretor-geral da Itaipu Nacional;  Miriam Belchior, ministra do Planejamento; José da Costa Carvalho Neto, presidente da Eletrobrás; e Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Veja a programação completa:

“Geração de energia: desenvolvimento econômico sustentável, trabalho e bem-estar” - Miriam Belchior, ministra do Planejamento

“As novas hidrelétricas: com conservação do meio ambiente e respeito ao cidadão” - José da Costa Carvalho Neto, presidente da Eletrobrás

“Contribuição da Itaipu para o desenvolvimento e a integração do Brasil e do Paraguai” - Jorge Miguel Samek, diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional

“O papel da hidreletricidade na matriz energética brasileira” - Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, EPE

“Hidrelétricas: fazer ou não fazer?” - Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ

Mediador: Dal Marcondes, diretor da Envolverde

Data: 22 de agosto de 2011
Horário: das 9 às 13h
Local: Caesar Business – Rua Olimpíadas, 205 – Vila Olímpia – São Paulo


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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Desafio de Amorim é reaparelhar as Forças Armadas

Gilberto de Souza avalia com muita clareza a chegada de Celso Amorim ao Ministério da Defesa, ao contrário da expectativa maquiavélica criada pela emissora carioca dos Marinho de que o relacionamento de Amorim com os ministros militares seria nebuloso.



Por Gilberto de Souza*, em Correio do Brasil

Ministro da Defesa, o ex-chanceler Celso Amorim assume a condução das Forças Armadas com o desafio de reaparelhar os quartéis e ampliar o volume de recursos destinados à manutenção dos setores mais sensíveis à segurança nacional. De volta às sombras, as lideranças de ultradireita que integram grupos como O Guararapes, com mais de 200 mil simpatizantes inscritos na página que mantém na internet, o Inconfidência, o Independente 31 de Março e o Ternuma, todos constituídos, em sua maioria, por oficiais e civis que participaram de alguma forma da quebra institucional do regime democrático em 1964, apenas assistem ao avanço do governo popular da presidenta Dilma Rousseff e, no máximo, acorrem aos artigos online para as críticas às ações governamentais.

Em texto publicado na sessão Artigos Militares do grupo Guararapes, na web, o general de Divisão reformado Francisco Batista Torres de Melo classifica Brasília como a “ilha da Fantasia”. Ele cita as “casas suntuosas, os desfiles de mulheres bonitas, as festas disputadas pelos que procuram o brilho do dinheiro fácil”. Segundo o ex-militar, “risos vulgares, amizades conquistadas pela hipocrisia do fausto” fazem parte do “mundo deslumbrante dos palácios, onde os decotes mostram os seios que não amamentam os filhos da Pátria (Legiões) e sim, o brilho dos olhos decrépitos carcomidos pela ganância do poder”.

“As crises Palocci, Ministério dos Transportes, Campinas e outras e outras são apenas a continuação da degenerescência da sociedade brasileira. Vão ao Senado e falam mentiras, lorotas, gabolice, tentando enganar, fraudar, falsear a verdade e há senadores que batem palmas falsas. A última crise ou a próxima confirmam o que disse (o imperador romano) Augustus: “Quem se desculpa se acusa”. Até o ex-presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) correu à capital para se desculpar e colocar em forma os corruptos e defender o indefensável. A autoridade da presidente foi pisada e ela, também, obrigada, como Luís XVI, ficou com a corte e pode perder a cabeça amanhã”, sugere em seu artigo o general aposentado.

Na opinião, porém, de um oficial reformado e severo analista do meio militar, ouvido pelo Correio do Brasil na condição de anonimato, expressões como esta do general da reserva demonstram apenas que a manutenção da doutrina anticomunista responsável pela presença das Forças Armadas ao lado golpe de Estado, nos Anos de Chumbo, segue intacta, embora contida em um estado de hibernação pelas condições geopolíticas em que o país se encontra. Às vésperas da Copa do Mundo e sede das próximas Olimpíadas, a última coisa de que o Brasil precisaria, nesse momento, “seria de uma quartelada”, avalia o observador da caserna. Com diploma da Escola Superior de Guerra, o analista acrescenta que a falta de líderes na extrema-direita e as recentes fraturas nas hostes conservadoras, após a derrota do candidato deste setor nas últimas eleições presidenciais, apenas facilitam o percurso do ministro Amorim.

– Hoje em dia não há mais aqueles manifestos raivosos que antecederam a tomada do poder por parte dos militares brasileiros. No comando do Exército, por exemplo, há um oficial que não é combatente, ou seja, não integra as armas que conduzem a batalha, como a Infantaria e a Artilharia, por exemplo. Discreto e inexpressivo politicamente junto à tropa, o general de Exército Enzo Martins Peri, carioca, de 70 anos, é da Arma de Engenharia. É raro um oficial desta Arma seguir tão longe assim. Quadro técnico, Peri é reconhecido por sua capacidade de gestão e já pressionava o então ministro Nelson Jobim pelo reaparelhamento da estrutura militar brasileira. No primeiro encontro com o novo ministro, ele e os comandantes da Marinha e da Aeronáutica mantiveram o bordão por mais recursos para este segmento da defesa nacional – relata a fonte.

Antes mesmo de assumir o posto, Amorim teria obtido da presidenta Dilma a garantia de novos investimentos para as três Armas, o que o animou a substituir Jobim, que renunciou após uma série de críticas desencontradas sobre o atual governo. Quadro de esquerda, Amorim também já iniciou uma série de conversas para que o Congresso aprove o relatório da Comissão da Verdade, de forma a permitir que e a história do período militar seja passada a limpo no Brasil, como determina a Organização dos Estados Americanos (OEA). Acusado de torturador, em 1985, pela ex-deputada Bete Mendes (PT), o ex-coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ou “doutor Tibiriçá”, como era conhecido nos porões da ditadura, aguarda pacientemente por seu julgamento, sob o arcabouço dos líderes da ultradireita “que envelhecem nas rodas saudosas do Clube Militar”.

– Cada dia que passa é um a menos para os poucos militares que participaram da desventurada ditadura brasileira. A maioria da tropa, que não integrou o movimento de 64, hoje se permite servir ao país da melhor maneira possível. Sem dinheiro sequer para o ‘rancho’ nos quartéis, o oficialato comparece ao serviço pela manhã, cumpre uma rotina básica, pratica seu esporte preferido e segue para a vida, seja estudando para algum concurso ou trabalhando como consultor na área de Segurança, entre outras atividades. Mas longe da questão ideológica que moveu um contingente inteiro, 50 anos atrás, contra os direitos democráticos da nação – acrescentou o analista.

Ainda segundo o militar ouvido pelo CdB, “não passam de bazófia” os editoriais na imprensa conservadora sobre possíveis dificuldades à frente, na gestão de Amorim.
– A condução econômica do país, seja pela presidenta Dilma, seja por seu antecessor, não deixa dúvidas quanto à necessidade de se manter o poder nas mãos dos civis e, para gerir as Forças Armadas, Amorim não precisará vestir o uniforme verde-oliva, sem nunca ter sido um militar, para ser aceito como líder da tropa, a exemplo do que fez aquele a quem sucede, que sequer continência sabia bater corretamente – concluiu.


* Gilberto de Souza é jornalista, editor-chefe do Correio do Brasil.

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sábado, 6 de agosto de 2011

Mino Carta: “O gato e a raposa”


Por Mino Carta*, em Carta Capital

O mundo está em crise, as razões estão diante dos nossos olhos, escancaradas. A causa recente remonta a menos de três anos atrás, quando foi declarada a falência do neoliberalismo, criminosa e tresloucada invenção pela qual em vez de produzir bens e serviços o homem passa a fabricar dinheiro.

A raposa e o gato são os inspiradores do neoliberalismo e muitos entre nós, habitantes do globo terráqueo, somos herdeiros de Pinóquio, capaz de acreditar que moedas são sementes de árvores de florins, sertércios, coroas, dracmas. Se quiserem, dólares, euros, reais. Verificou-se no fim de 2008 que não é bem assim, nem por isso a raposa e o gato sofreram o merecido castigo. Castigo? Nem mesmo foram afastados dos seus postos de comando da especulação desenfreada.

Já citei neste espaço, e mais de uma vez, o documentário Inside Job, premiado com o Oscar no começo deste ano. Obra-prima do melhor jornalismo, penetra nos gabinetes acarpetados dos senhores do poder de Tio Sam e exibe, instalados na sala dos botões decisivos, a raposa e o gato. Tranquilos, têm explicações para tudo. Impávidos, me arriscaria a dizer.

Agora a crise recrudesce. Surpresa? Quando Pinóquio chegou ao local em que havia enterrado sua moeda, encontrou um buraco em lugar da árvore sonhada. Só mesmo ele para se espantar. Não é lícito que arregalemos os olhos. Tampouco os senhores do mundo diante de sua própria, irresponsável hipocrisia. Repito, e sublinho: criminosa.

Falei da causa recente. Há outra, cevada décadas afora, política e social. E por ela somos todos culpados, não somente a raposa, o gato e um boneco de pau. Globalizamos, com empáfia e jactância, os piores defeitos do homem. De um lado, preconceito, ganância, prepotência, crueldade. De outro, a resignação, às vezes ignara, do mais fraco. Globalizamos a lei da selva.

Leio em La Repubblica o magistral artigo de um dos maiores jornalistas italianos, Eugenio Scalfari, fundador do jornal e, antes dele, do semanário L’Espresso, também chamado como conselheiro, à época da fundação posterior, do El País. Recorda uma entrevista de Enrico Berlinguer, grande figura do comunismo italiano e mundial, realizada há exatos 30 anos.

Ponto central da entrevista, recorda Scalfari, foi a seguinte frase de Berlinguer: “A questão moral não se exaure no fato de que, em havendo ladrões, corruptos e concussores nas altas esferas da política e da administração, torna-se necessário identificá-los denunciá-los e prendê-los. A questão moral (…) coincide com a ocupação do Estado por parte dos partidos da maioria”. E mais adiante: “A partir do governo, os partidos da maioria ocuparam o Estado e todas as instituições (…) as empresas públicas, as autarquias, os institutos culturais”.

Na ocasião de uma pergunta incômoda, o líder comunista admitiu que por não ter sido governo, seu partido ganhara uma espécie de salvaguarda ao lhe faltar a oportunidade de roubar. O tempo mostraria que os herdeiros do PCI, atingido o poder, não deixariam de se portar como os demais. Haverá quem diga: eis aí, é também a história do PT, o partido que esqueceu os trabalhadores.

É e não é, pelo simples fato de que, no meu entendimento, o Brasil não pode ser medido pelo metro do chamado Primeiro Mundo rebaixado a uma ignorada divisão. A questão moral é certamente a origem da crise mundial, o big-bang de um enredo trágico, a decorrer do fracasso dos princípios e dos valores, de sorte a empurrar o planeta no sentido do mais arraigado obscurantismo conservador.

Vendeu-se a ideia do definitivo enterro da ideologia como se a assertiva não fosse, ela própria, ideológica. Sim, o socialismo real malogrou clamorosamente por ter desaguado em tirania, e, como diz Scalfari, “de esquerda ou de direita, a cor da tirania é postiça”. As esquerdas não lograram sair do atoleiro, a resistência que haviam representado feneceu, os partidos perderam sua razão de ser. A reação é a da negação da política, “reação doentia, anarcoide, exposta a todas as tentações”, define Scalfari.

O Brasil vive uma ambivalência. A crise não nos exclui, não somos a ilha de prosperidade cantada pelo ditador Geisel quando do primeiro choque do petróleo. Ao mesmo tempo, recomendo observar que não passamos pela Revolução Francesa. Os nossos partidos foram clubes recreativos dos donos do poder, com exceção do PT, que acabou por trair suas premissas. O desequilíbrio social enfim globalizado por aqui é vetusto e endêmico. Donde a diversidade. De todo modo, receio que gatos e raposas continuem a mandar no jogo. Onde quer que os olhos alcancem.



*  Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde.

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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Perfil dos ambientalistas a serviço do poder econômico global

O economista Armando Soares, coordenador de Meio Ambiente da Feepa, publicou artigo interessantíssimo, em Eco Amazônia, sob o título “Prepotentes, cegos e fanáticos”, do qual transcrevo abaixo um trecho que resume perfeitamente o perfil dos ambientalistas que vivem a serviço do poder econômico global.

A vivência com a questão ambiental mostra que debate com ambientalistas é perda de tempo. O ambientalismo é um produto do poder econômico global e gera militantes fanáticos, prepotentes e cegos e que por isso ignoram a realidade ambiental e científica. Esse cenário anômalo vem causando sérios problemas nos setores da educação, do meio ambiente, no setor fundiário, na produção de alimentos e matérias-primas, no setor trabalhista e no desenvolvimento, para destacar os mais importantes.

Os militantes ambientalistas que operam em todos os níveis de atividades, profissional e econômica, depois de doutrinados, se transformam em fanáticos e perdem o equilíbrio mental e a racionalidade, tornando-se verdadeiros robôs. O fanatismo é um extraordinário escudo mental contra a lógica e a realidade científica. Esse mecanismo de persuasão criado pelo poder econômico global é o principal instrumento de dominação econômica, territorial e mental que conseguiu atingir uma escala mundial. É um imenso exército de mortos-vivos que funciona como anteparo para as ações de domínio do poder hegemônico. Quando o fanatismo toma conta do espírito, e isso é muito comum em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, destrói o bom senso, a lógica e inibe a inteligência. Exemplo dessa verdade são o nazismo e o comunismo soviético, chinês e cubano, todos desintegrados social e economicamente, pois inviáveis como sistema de governo e modelo econômico e social.

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