sábado, 21 de janeiro de 2012

Jaguarão, o menor caminho entre Porto Alegre e Montevidéo

Por Rui Zilnet *

No último mês de dezembro, em viagem ao Estado do Rio Grande do Sul, tive a oportunidade de visitar algumas cidades de grande importância histórica e cultural do nosso país, entre elas, Jaguarão, município gaúcho localizado no extremo sul do Brasil, fazendo fronteira com a Cidade de Rio Branco, no Uruguai.

A cidade, que foi elevada a vila em 6 de julho de 1832 e emancipada do município de Rio Grande em 1833, mostra através da sua arquitetura artesanal portuguesa (1876-1920) a forte influência da maçonaria na sua construção. Sua economia está alicerçada na pecuária de corte e agricultura do arroz, além de comércio diversificado, com características fronteiriças acentuadas.

Ponte Internacional Barão de Rio Branco, inaugurada em 1930
A Ponte Internacional Barão de Mauá, inaugurada em 1930, representa uma das maiores obras arquitetônicas da fronteira Sul do Brasil, ligando Jaguarão à vizinha cidade de Rio Branco, na Província Urugaia de Cerro Largo, contribuindo a impulsionar a economia das duas cidades e proporcionando a ligação mais curta entre Porto Alegre e Montevidéo, na rota do Mercosul.

A exemplo das demais cidades gaúchas, Jaguarão também cultiva o hábito da preservação das tradições culturais, através de dois Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), o Rincão da Fronteira e o Lanceiros da Querência, que realizam atividades durante o ano todo, com destaque ao dia 27 de janeiro, data que originou a denominação de “Cidade Heróica”.

Turismo
A Matriz, um dos principais marcos da arquitetura local está agonizando
Os principais pontos turísticos de Jaguarão são constituídos pelas Ruínas da Enfermaria (1833), localizado no Cerro da Pólvora e tombado pelo IPHAE; Igreja Matriz Imaculada Conceição (1912); Mercado Público Municipal (1867); Museu Carlos Barbosa Gonçalves, prédio em estilo neoclássico de 1886 – funciona de terça a sábado, das 9 às 11 horas e das 14 às 17 horas – ingressos R$ 5 por pessoa; Igreja Matriz do Divino Espírito Santo (1875), localizada em frente a Praça Dr. Alcides Marques; Teatro Esperança (1897), com capacidade para 600 pessoas; Instituto Histórico e Geográfico; Santa Casa de Caridade de Jaguarão (1862); Biblioteca Pública Municipal; Casa de Cultura (1815); Ponte Internacional Barão de Rio Branco e o Cais do Porto.

Portas da Rua XV
Em uma das principais vias da cidade, a Rua XV, destacam-se as portas entalhadas a mão, em madeira nobre. As construções datam do século XIX, com fachadas em vários estilos, misturando neoclássico, art nouveau e colonial português, retratando uma época de prosperidade em que os materiais eram importados da Europa, demonstrando o poder econômico dos seus moradores.

A arquitetura da cidade, em geral, mantém os estilos Espanhol e Português, com muitas fachadas originais e mais de 800 prédios catalogados com profunda importância histórica e arquitetônica para a região.

Gastronomia
A base da gastronomia local é o churrasco e doces caseiros tradicionais da cidade.


Comércio de bebidas, perfumes e vestuário é aquecido em Rio Branco
Do outro lado da Ponte Internacional, a Cidade de Rio Branco, localizada na Província de Cerro Largo, na República Oriental del Uruguai, oferece um comércio aquecido de produtos europeus de boa qualidade, principalmente no setor de bebidas, perfumaria e vestuário. No que diz respeito aos eletrônicos, não percebi vantagem sobre os preços praticados nas principais cidades do país. As compras são limitadas a US$ 300 por pessoa. O trânsito pela ponte é livre para pedestres e veículos. No dia em que atravessei a fronteira não havia fiscalização alfandegária, tanto no lado brasileiro como no uruguaio.

Vale a pena visitar Jaguarão. A cidade é encantadora e o povo é muito acolhedor. Para maiores informações sobre o município, visite o Portal da Cidade em http://www.jaguarao.rs.gov.br/index.php


* Fotos de Rui Zilnet 
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário