Por Rui Zilnet*
Na próxima sexta-feira, 9, às 19h30, no Centro Cultural
Municipal Parque das Ruínas, estréia nova temporada do espetáculo Água de
Beber, concebido e dirigido por Cláudio Baltar, que foi sucesso recente no
Teatro Maria Clara Machado, na Gávea.
O espetáculo, que associa a música, o corpo em movimento e a
reflexão sobre os princípios e características inerentes à capoeira, foi
inspirado no livro “Santugri”, de Muniz Sodré, cujas curtas histórias de
“mandinga e capoeiragem” remetem aos segredos, mitos e negaças de personagens
como Besouro, Querido de Deus, Madame Satã, e muitos outros.
Cenas inspiradas em artigos de jornais, sobre escravos do
século XIX, extraídos do livro “Retrato em Branco e Negro”, de Lilia Moritz
Schwarcz, destacam o caráter documentarístico de Água de Beber. Na
representação de fuga dos escravos, o instinto de sobrevivência aparece como o
princípio primordial que deu origem à capoeira.
Através do episódio das Maltas, pesquisadas em autores como
Paulo Coelho de Araújo e tese do Mestre Nestor da Capoeira, é retratada a
marginalidade no Rio de Janeiro, entre 1850 e 1900, e a perseguição aos
capoeiras.
Outros aspectos relativos à pratica da capoeira emergem da
cena, tais como, o aprendizado e a relação mestre/discípulo, com a pergunta “O
que é capoeira”, em contraposição a “O que não é capoeira?”. A partir de um
desafio musical entre a cabeça e o corpo, busca-se saber quem é que comanda o
movimento impulsivo. Já para investigar o movimento instintivo, recorre-se aos
animais.
Sintetizando, “trazemos a água como símbolo da vida e
princípio das transformações: “Capoeira é água de beber, câmara...””
Recomendo o espetáculo “Água de Beber” aos meus amigos e
leitores. É ótimo!
Serviço:
Água de Beber
Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas
Rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa
Telefones (21) 2215-0621 / 2224-3922
De 9 de novembro a 2 de dezembro – Sexta a domingo, às 19h30
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Classificação: 10 anos
Ficha técnica:
Direção, concepção e roteiro: Cláudio Baltar
Codireção: Fabianna de Mello e Souza
Direção de produção: João de Mello
Produção executiva: Vânia de Mello
Assistente de produção: Sandra Alencar e Álvaro Bacim
Programação visual: Brígida Baltar
Projeção: Brígida Baltar e Rico Vilarouca
Iluminação: Aurélio de Simoni
Adaptação e montagem de luz: Rogério Emerson
Assistente de iluminação: Gabriel Marques
Figurino: Valéria Martins
Assistente de figurinos: Vânia de Mello
Gerência administrativa: Leonardo Luis dos Santos
Direção musical e trilha: Rafael Rocha, Fábio Leão Pequeno e
Sérgio Cebolla
Preparação Jogo dos Bichos: Mestre Camisa
Preparação Jogo de Dentro: Marron Capoeira
Treinamento de máscaras: Fabiana de Mello e Souza
Vozes em off: Rodrigo dos Santos, Muniz Sodré, Bernardo
Conde
Cordel: Parafina, Lobisomen e Leão Pequeno
Música das Maltas e música final: Bernardo Palmeira
Música “Água pra Viver”: Lobisomem e Cebolão
Estúdio e mixagem: Bernardo Palmeira
Confecção das máscaras: Clívia Cohen
Confecção de instrumentos: Sérgio Cebolla e Marcos China
Confecção de figurinos: Maria das Graças Silva
Adereços: Cida de Souza
Objetos de Cena: Marcos China
Elenco:
William de Paula
Sérgio Cebolla
Fábio Leão Pequeno
Davi
Mico Preto
Raphael
Logan
Charles
Rosa.
Atores substitutos: Rodrigo dos Santos e Cláudio Baltar.
* Texto e fotos por Rui Zilnet, com informações sintetizadas
de folder distribuído pela produção do espetáculo.
Bom d+ ... Sucesso total!!! Água de Beber camará.
ResponderExcluir