Por Rui Zilnet
Sei o quanto é difícil opinar em assuntos que envolvem preferências
pessoais em um grande coletivo. Antes de começar, espero que fique muito
claro: Não sou contra a realização de eventos com personagens
internacionais de gosto público. Eu também gosto de assistir a shows de
artistas internacionais. Mas gosto dos bons artistas que temos no
Brasil, produto nosso, que faz sucesso lá fora e não chega a nós por
falta de apoio de quem valoriza os internacionais.
Então, negócio é o seguinte:
Sou contra a realização de grandes eventos por algumas poucas grandes
produtoras (cartas marcadas), que trazem ótimos e renomados artistas
internacionais, com dinheiro público obtido através de editais
inalcançáveis por artistas nacionais que não estejam no elenco destas
grandes produtoras.
Na
Praça Paris (Cidade do Rio de Janeiro), neste fim de semana, está o
exemplo claro: Um grande circo armado, produção milionária, com atrações
internacionais de um projeto produzido por uma empresa paulista, com
dinheiro público. Entre as atrações, estrelas nacionais que nunca ficam
de fora (privilégios), como por exemplo, Ney Matogrosso. Não tenho nada
contra a apresentação dele, mas tenho contra a prática de participação
nesses eventos.
Não distante da Praça Paris, logo ali, na Praça
XV, acontece a realização de mais um dia do "3º FESTIVAL CARIOCA DE ARTE
PÚBLICA", realizado com escassos recursos, com a boa vontade da maioria
e de seus idealizadores, contemplando artistas locais. Com a extinção
das secretarias de cultura estadual e municipal, está sujeito a não se
realizar mais.
Temos que lutar por uma política de editais
desburocratizada, para que as oportunidades de participação sejam iguais
a todos, sem a necessidade de interferência dos cartéis dessas
produtoras, com cartas marcadas em todas licitações.
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