sábado, 11 de junho de 2011

Belo Monte, questão de soberania nacional

Por Rui Zilnet

Minha insistência em defender a construção da usina de Belo Monte, para quem não me conhece, dá a entender que sou mais um daqueles que não está nem ai para a preservação da natureza. Mas, não é bem assim. Não se trata da defesa da construção da usina em si. Trata-se de uma questão de defesa da soberania nacional.

Igarapés em Altamira e Ambe (Foto: Vilmar Soares/Usina Belomonte)
Quem tem que decidir o que é bom para o Brasil somos nós, brasileiros. Não precisamos que venham holandeses, alemães, italianos, espanhóis, portugueses, franceses, norteamericanos, canadenses, ingleses ou seja  lá que gringo for, ditar o que é certo ou errado nos limites do nosso país.

Os tempos mudaram. O colonialismo é coisa do passado no Brasil. Hoje, nosso país é soberano em suas decisões e ponto. Temos um governo que respeita o povo que o elegeu. O Congresso, apesar de estar longe daquilo que idealizamos, já sofreu mudanças radicais. Os velhos caciques e coronéis, com suas idéias conservadoras, já não conseguem mais exercer o domínio com tanta facilidade. Estão chegando ao fim e sem sucessores. Mesmo sem a tal reforma, a política vai sendo delineada naturalmente, em direção a um país moderno e autosuficiente.

Não é justo concordar que os gringos, os maiores predadores do planeta, aqui venham utilizarem-se de “caciques Raonis”, em nome da preservação das nossas riquezas e dizer qual a energia que devemos produzir. Se a energia aeólica, por exemplo, é de tão fácil produção como eles pregam, porque não a utilizam como matriz energética em seus países de origem, em lugar das usinas nucleares.

Não é de hoje que os gringos se apropriaram da região amazônica, conquistando a confiança dos índios em troca de presentinhos. Índios gostam de adornos pessoais e guloseimas. Com isso, os estrangeiros se apoderam facilmente das riquezas naturais, além de jogar o povo nativo em confronto com o governo brasileiro.

Enquanto escrevia este texto, recebi um post, através do Facebook, com um relato muito oportuno, de uma pessoa que passou em um concurso para um órgão federal e foi trabalhar na Amazônia.

Entre outros fatos importantes, a pessoa destaca que na rodovia que liga Boa Vista a Manaus, em um trecho de aproximadamente 200 quilômetros, cruzando o território da reserva indígena Waimiri Atroari, só é permitida a passagem entre 6 horas e 18 horas. Durante o outro período [noite] a rodovia é fechada pelos índios (com autorização da FUNAI e dos americanos) para que os mesmos não sejam incomodados. Detalhe: Você não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos americanos, europeus e japoneses. (...) A maioria dos índios fala a língua nativa, além do inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português. (...) É comum se encontrar por aqui americano tipo nerds, com cara de quem não quer nada, que veio caçar borboleta e joaninha e catalogá-las, mas no final das contas, pasme, se você quiser montar um empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí, camu-camu, etc., medicinais ou componentes naturais para fabricação de remédios, pode se preparar para pagar 'royalties' para empresas japonesas e americanas que já patentearam a maioria dos produtos típicos da Amazônia”. É importante observar, que é comum em algumas reservas, encontrarem-se hasteadas bandeiras de outros países, como americanas, inglesas, francesas ou canadenses.

Portanto, meus amigos, a presença do Estado brasileiro na Amazônia, através de projetos como o da usina de Belo Monte, é necessária, sim, para, além de interromper o processo secular de invasão do território brasileiro pelos piratas estrangeiros, preservar também a cultura do nosso povo nativo. É questão de soberania nacional e ponto.

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