quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mais um trabalhador rural assassinado no Pará


No última dia 9, o trabalhador rural Obede Loyla Souza, após denunciar e discutir com um grupo de infratores que extraía madeira ilegalmente na região, foi assassinado próximo à sua residência, no Acampamento Esperança, município de Pacajá, no Pará.

Obede era casado e pai de três filhos, todos menores. Foi executado com um tiro de espingarda a 500 metros da sua casa. Seu corpo foi encontrado somente no sábado, dia 11, por volta das 14 horas, e levado para a cidade de Tucuruí, onde foi registrado o Boletim de Ocorrência Policial.

Após a liberação do corpo, para o sepultamento, já no cemitério, a Força Nacional chegou à região, suspendeu o enterro e levou o corpo para perícia em Belém. Na madrugada da última terça-feira (14) o corpo chegou de volta a Tucuruí para o sepultamento.

De acordo com a Comissão da Pastoral da Terra (CPT), ainda não se conhece exatamente o motivo que provocou o assassinato de Obede, que não tinha ligação com questões agrárias e também não recebia apoio de qualquer movimento agrário.

Em janeiro ou fevereiro Obede teria discutido com um representante dos interesses de grandes madeireiros na região, por estarem praticando a extração ilegal de madeira, principalmente castanheira, e tornando intrafegáveis as estradas de acesso ao Acampamento Esperança e aos Assentamentos da região nesse período de chuvas.

Na mesma época, Francisco Evaristo, presidente do Projeto de Assentamento Barrageira e tesoureiro da Casa Familiar Rural de Tucuruí, também discutiu com os infratores pelo mesmo motivo. Evaristo afirma que há dias, um homem alto, moreno, com o corpo tatuado, em uma moto, esteve a sua procura no Assentamento Barrageira e, por duas vezes, já foi avistado nas proximidades de sua residência.

A Polícia Civil do Pará já tem suspeitos da morte de Obede. As investigações estão correndo de forma sigilosa, porém várias testemunhas já foram ouvidas. No dia do assassinato, uma pessoa presenciou uma camionete de cor preta, ocupada por quatro homens, entrando no Acampamento Esperança. Esta testemunha e Evaristo correm perigo de morte.


Fontes: CPT/Agências

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