Por Rui Zilnet
A postagem do vídeo da professora Amanda Gurgel, do Rio Grande do Norte, com seu discurso sobre a crise da Educação, sem dúvida alguma, serve para aquecer um debate conhecido de políticos e população, mas que permanecem inertes, insensíveis ao problema.
A rede Globo, oportunisticamente, no último fim de semana, usa seus programas de maior audiência para tirar proveito da situação, encampando uma “campanha” para a crise na educação brasileira.
Souto Tostes, no blog Miracema, lembrou muito bem: “a mesma Globo não ouviu as vozes de Brizola, Paulo Freire e Darcy Ribeiro, que já apontavam a educação como solução dos problema brasileiros, há mais de 40 anos”.
Há 60 anos, a educação no Brasil era privilégio de poucos. O índice de analfabetismo era alarmante. Nas escolas públicas estudavam os filhos da classe média. Os ricos freqüentavam escolas particulares no país ou no exterior. Os jovens podem até desconhecer. Os mais velhos esquecem ou ignoram tal fato.
A redução do analfabetismo passou a ser visível somente a partir da promulgação da Constituição de 1988, que proporcionou garantias efetivas para que os pobres (brancos, pretos, pardos, índios) tivessem acesso à educação. Os índices atuais de analfabetismo, se comparados a 1980, apresentam expressiva redução.
Percentual de analfabetos no Brasil (*) Com idade a partir dos 5 anos | ||
Censos | Homens | Mulheres |
1950 | 61,3 | 66,7 |
1960 | 53,2 | 57,2 |
1970 | 46,5 | 49,1 |
1980 | 40,9 | 41,6 |
1991 | 25,8 | 24,5 |
A garantia de educação para todos (Art. 6º da Constituição) na Escola Pública, consequentemente, assoberbou a carga de responsabilidades dos professores. Entretanto, legisladores e governantes nunca esboçaram qualquer intenção para oferecer solução ao que gera a grande maioria dos problemas da educação, o salário de quem ensina.
Também não podemos esquecer, que quando deflagram uma greve em defesa de seus legítimos interesses, os professores ainda são massacrados pela população alienada, com a ajuda da mídia golpista que benefício algum presta ao Brasil.
(*) Censos do IBGE
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