segunda-feira, 30 de maio de 2011

Trabalho escravo migra para driblar fiscalização

Rui Zilnet

De acordo com o procurador-geral do Trabalho, Otávio Lopes, a geografia da incidência do trabalho escravo no Brasil está mudando para escapar da fiscalização. Em locais onde a prática não era tão comum, como nos estados de Mato Grosso, Maranhão e Tocantins, estão aumentando. No Pará, onde o problema era conhecido e reincidente, está diminuindo.

Lopez explica que o Pará ficou muito tempo sob os holofotes, mas como lá já existe uma boa estrutura de fiscalização, os criminosos estão descendo para outros estados, principalmente, Mato Grosso e Tocantins.

As grandes obras de infraestrutura que estão sendo erguidas no país preocupam o Ministério Público do Trabalho (MPT), nas quais, segundo Otávio Lopes, tem havido grande incidência de trabalho escravo. “É importante fiscalizar não só quando a obra se inicia, mas também quando se instala o canteiro de obras, especialmente na preparação dos futuros canteiros, no desmatamento, no trabalho preliminar.”

Enquanto Otávio Lopes está preocupado com a situação, para Débora Farias, coordenadora nacional de Erradicação do Trabalho Escravo do MPT, “o trabalho escravo não é uma maldade, ele tem um aspecto econômico. Embora tenha grande incidência nas fronteiras agrícolas, ele pode estar em qualquer lugar”.

- Se o trabalho escravo não é maldade, o que é então?

- É possível aceitar uma argumentação dessas, onde os aspectos econômicos se sobrepõem como justificativa para a escravidão do trabalho?

É difícil entender uma posição como esta, vinda justamente da coordenadora nacional de erradicação do trabalho escravo do MTP.


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