sexta-feira, 18 de março de 2011

Obama: o representante do império


Por  Pedro Alves – em Rede Democrática - Qui, 17 de Março de 2011 11:10

Porque fazer um comicio na Cinelândia pró-Obama com atiradores de elite postados nos prédios em volta, algo que nunca houve em nossa história?

Porque mandar fechar todos os bares e comercios em torno da Cinelândia para a manifestação do Obama?

Porque proibir todos os celulares e bolsas dos participantes da manifestação e tratar o nosso povo como terrroristas e criminosos em potencial, cercando-nos em uma armadilha mortal?

Porque ocupar os espaços tradicionais dos movimentos populares, da manifestação dos 100 mil e da resistência para pagear e fazer reverencia  ao representante do Império?

O mesmo Imperio que depois de nos trazer a  crise  dos olhos azuis em 2008, conforme identificou bem Lula, agora nos traz  o traidor das promessas de campanha  norte-americanas: Barak Obama.

Será que falta dignidade aos nossos dirigentes e políticos e sobra subserviência?

Será que Obama encontrou os aliados ideais para nos humilhar?

Será que querem  humanizar o Império, as crises financeiras e o terror que arrastam e impõem ao mundo e nos acostumar com outros e indignos comportamentos?

Confundir interesses e politicas de Estado, do governo e da nação com intereresses de um povo, das massas e das classes menos favorecidas é um erro comum em politicos pobres na defesa dos interesses populares mas ricos na defesa de seus desejos mais egoistas de poder e desejos de choque de ordem nos que estão abaixo e sem defesa.

Contudo, seria fácil digerir este pepino empurrado pela nossa garganta, de cima para baixo, se o Império viesse publicamente pedir  desculpas pelo apoio que deu ao golpe de 1964 que derrubou João Goulart no Brasil, ou pelo golpe de 1973 que derrubou Allende no Chile ou pela invasão da baia dos Porcos em Cuba, que foi uma tentativa frustrada e, derrotada fragorasamente, de invadir Cuba por forças formadas pelos Estados Unidos, com o apoio das forças armadas  norte-americanas, treinadas e dirigidas pela CIA, em abril de 1961, para derrubar o governo socialista e assassinar o líder cubano Fidel Castro.

Só para rememorar: o plano de invasão de Cuba foi lançado em abril de 1961, menos de três meses depois de John F. Kennedy ter assumido a presidência dos Estados Unidos, eleito que foi pelo Partido Democrata, o mesmo partido de Barak Obama.

Podemos citar inúmeros outros fatos das relações imperiais dos EEUU com a América Latina e a  política do grande porrete: O Big Stick (português: "Grande Porrete") que foi o estilo de diplomacia empregada pelo presidente estadunidense Theodore Roosevelt, como corolário da Doutrina Monroe, a qual especificava que os Estados Unidos da América deveriam assumir o papel de polícia internacional no hemisfério ocidental com vistas a impor seus interesses econômicos na região.

Roosevelt, coronel do exército e membro do partido Republicano, usou um provérbio africano que Obama deve conhecer: "fale com suavidade e tenha à mão um grande porrete", implicando que o poder para reprimir e dominar militarmente estava pronto. Este slogan foi usado pela primeira vez na Feira Estadual de Minnesota, em 2 de Setembro de 1901, doze dias antes que o assassinato do presidente William McKinley o arremessasse subitamente na presidência.

Podemos fazer muitas cobranças aos EEUU.

Podemos cobrar de Obama a liberação dos 5 cubanos presos arbitrariamente nos EEU, ou a liberação do soldado Bradley Manning, que repassou arquivos para a WikiLeaks, denunciando em video um ataque de um helicóptero a civis em 12 de julho de 2007 em Bagdá, e está preso em condições desumanas em um quartel. Também podemos cobrar a devolução aos cubanos da base de Guantanamo ou a liberação dos presos sem julgamento que estão nesta mesma prisão de Guantanamo.

Podemos fazer muitas exigências aos EEUU.

Podemos exigir uma retratação pública pelas mentiras de que existiriam armas nucleares no Iraque e que serviu de argumento para a invasão e roubo do petroleo do Iraque.

Muito mais podemos exigir dos EEUU para que possamos considerá-los de forma diferente do que é e não como um grande repressor, explorador  e que sempre apoiou e apoia as ditaduras mais sanguinárias do  mundo como foi a do Pinochet no Chile e que mantém há 50 anos o embargo economico a Cuba, uma pequena, resistente  e heroica ilha.

Mas, sobretudo, aconteça o que acontecer, não podemos participar de uma farsa: tentar  humanizar o Império  do terror e das crises financeiras e tornar simpático o seu maior representante: Barak Obama!

E não queremos tampouco uma cena de desastre anunciado na Cinelândia, para que não se justifique um novo golpe dantesca na incipiente democracia brasileira!


.

Nenhum comentário:

Postar um comentário