sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A imprensa conservadora na contramão dos fatos


O brasil do PIG e o Brasil real: na contramão dos fatos

O negócio da imprensa conservadora é propagar seu ideário!

Postado por Cláudio Ribeiro no Blog Palavras Diversas

O ofício da grande imprensa brasileira cada vez mais se distancia do ato de  informar, analisado e contextualizado, apresentando a sua audiência em geral, dados transformados em insumos para as decisões e apreciações embasadas no cotidiano.

Muito pelo contrário, a grande imprensa conservadora cada vez mais se define como um órgão político, com estrutura formal.  Sua propaganda é diária e paga.  O leitor que compra um jornal impresso está pagando por propaganda, não por informação.

O Brasil real se afasta das análises forjadas nos espaços generosos, das TVs aos portais da internet, em que um brasil é reiteradamente retratado, baseado em teses ultrapassadas e vencidas desde antes de 2002, por articulistas alinhados ao pensamento que domina o comando das redações da imprensa brasileira.

Jornais impressos, como O Globo por exemplo, insistem nas idéias neoliberais derrotadas nas urnas em quase toda a América Latina ná última década: corte de gastos, privatizações, crítica mordaz ao reaparelhamento do Estado e a sua recuperação da capacidade de investimento, estabelecimento de metas superavitárias mais apertadas, reformas na previdência e flexibilização da CLT.  A idéia é pautar, diariamente,  o governo com análises contrárias a política atual de governo, "oferecendo" alternativas "viáveis" para resolver os problemas nacionais que "vislumbram" no presente e prevêem trágicos no futuro, mesmo que este futuro não se confirme, como vem ocorrendo, sistematicamente nos últimos dez anos.

A imprensa se descola radicalmente da realidade de um Brasil que dá certo e é reconhecido internacionalmente e por quase 90% da população brasileira.  Hoje esta imprensa escreve abertamente para um nicho conservador, os tais que reprovam as políticas de governo.

As tintas gastas para preverem o "armagedom da economia brasileira" insistem em receituários-antídotos que fracassaram fragorosamente e ignoram que a grande maioria dos leitores que tentam seduzir, rejeitou tais ideários, nas urnas e no dia a dia.  O Brasil real é mais convincente ao cidadão comum que o "catecismo político-econômico-social" de um "Bom dia Brasil", por exemplo.  A aposta em confrontar partidariamente os fatos talvez possa explicar porque o maior telejornal do país, Jornal Nacional, amargou, segundo o Ibope, uma queda de quase 25% de sua audiência na década passada e o Fantástico teve recuo de 35% em igual período.

As crises manufaturadas nas redações

Mas se a propagação de idéias rejeitadas pelo povo não funciona, de imediato, tais órgãos de imprensa criam suas crises de redações e investem em teorias ficcionais, quase folhetins das 8h15, para transversalmente atingir seus adversários.  É o que se vê na extrapolação de O Globo, no que nomeia em suas páginas de hoje como uma "guerra" entre PT e PMDB pela composição de cargos no segundo escalão do governo.  Ou seja, transforma negociação política "em guerra sangrenta" e vil.  Não tem o mínimo apuro em tratar os fatos, com base na realidade, ou informar ao leitor que tais negociações ocorrem em qualquer governo que se forma, no Brasil ou nos EUA, na Bahia ou em São Paulo...Mas cumprir a missão de desgastar o governo vem a frente do antigo dever de informar a sociedade.

E não há só a "guerra PT/PMDB" coberta por correspondentes experientes em conflitos internacionais, com certeza auxiliados pela cruz vermelha internacional.  A Folha de São Paulo cobre o iminente conflito armado entre Itália e Brasil, por causa da negação do governo brasileiro em extraditar Cesare Batistti, apesar das negativas do governo italiano em retaliar a posição brasileira sobre o caso.  O governo italiano recorrerá a Corte de Haia e ao STF, exercendo seu direito de recorrer de uma decisão que não concorda.  Mas tal postura passa ao largo de uma política hostil para com o Brasil, como sugerem a Folha de São Paulo e O Globo, por exemplo.  Não cabe aqui entrar na discussão sobre o acerto ou erro do governo em sua decisão soberana, mas os exageros editoriais cometidos para tentar manchar a imagem de Lula internacionalmente e pressionar o governo Dilma em seu início, saltam aos olhos de qualquer expectador minimamente informado e com bom senso.

Informar não é mais o negócio da grande imprensa conservadora, ou o (im)popular PIG.  O que se presencia é a catequização do cidadão comum, ou pelo menos a tentativa de, por parte desses veículos de comunicação.

A ação política é o norte da "guerrilha editorial" que é executada a todo momento, massivamente, buscando, autoritariamente, subverter a realidade brasileira, pintando um quadro surreal para o brasileiro comum, de que o país necessita rever seus rumos políticos e voltar aos trilhos do progresso, à reboque do trem neoliberal dos ajustes e reformas que, a despeito de terem fracassados em um passado recente, ainda são apresentados como antídoto para erradicar o "comunismo" praticado pelo PT.

Marcelo Migliaccio em seu blog no JB on line, analisou o comportamento daqueles que já tendo perdido a batalha, cuidam de negar a realidade dos vencedores e do Brasil real ao público, preferem se ocupar "em estragar a festa" dos vitoriosos: "Na Globo News, deu raiva ouvir os comentários do Carlos Monfort, eivados de inveja e preconceito.

- Será que agora o presidente entra no avião? Ou ele vai descer a escada novamente e voltar para cumprimentar os militantes?

Sim, para Monfort e seus colegas de empresa, o povo que aplaude, beija e chora com um presidente-operário não é povo, é "militante".

Quem não se lembra, Monforte foi personagem de um episódio típico protagonizado pela imprensa brasileira.  Em 1994 ele e Rubens Ricúpero, então ministro de Itamar, foram flagrados pelas parabólicas combinando matérias para a Globo para consolidar a imagem do governo e favorecer Fernando Henrique nas eleições presidenciais, ocupando a grade de programas da emissora,  discutindo em off questões que nunca foram tratadas pelo jornalista, apesar da relevância (ou gravidade) dos fatos...

Hoje é o governo quem supera a pauta da mídia, claro que consegue tal façanha sustentado pelo sucesso da política econômica e social, a bem da verdade.  Pois bem, apesar da ladainha de cortes do orçamento e arroxo do salário mínimo que a imprensa, insistentemente, propaga, o governo Dilma, aposta na tese do "time que está ganhando não se mexe".  O lançamento do PAC de combate a miséria extrema é um up de esquerda na ponta do queixo dos analistas de plantão e estabelece, de fato, quem dita a agenda política social do governo.  Ou seja, o Brasil real é analisado e prognosticado a partir de seus mais complexos contextos atuais e não pelas idéias mesquinhas do brasil propagado pelo PIG.



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