domingo, 9 de janeiro de 2011

O Brasil na era da modernidade dos transportes

Por Rui Zilnet

O Brasil parece estar alcançando definitivamente a era da modernidade. O transporte ferroviário de passageiros e cargas está voltando ao cenário nacional. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) já estuda as possibilidades para utilizar o trem de alta velocidade (TAV) no transporte de cartas e encomendas. O ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, solicitou ao presidente dos Correios, Wagner pinheiro, que inicie a discussão do projeto com a Agência nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para a sua viabilização.

Segundo o ministro, cerca de 80% do tráfego de serviços dos Correios estão concentrados nas áreas metropolitanas do eixo Rio de Janeiro - São Paulo. A ideia é ter um vagão exclusivo para a ECT, que pode ser um cliente fixo do trem.

O trem de alta velocidade ligará as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, com previsão de pontos de parada em outras cidades importantes do percurso. O leilão para as obras do TAV está marcado para o dia 29 de abril e a previsão de conclusão da obra é para 2015. O empreendimento tem um custo estimado de R$ 33 bilhões.

É um absurdo que em um país com a extensão territorial como o Brasil, onde durante décadas governantes tenham enterrado projetos de pioneiros, como os do Visconde de Mauá, para privilegiar interesses meramente especulativos dos empresários ligados ao setor do transporte rodoviário, altamente oneroso aos usuários e extremamente nocivo ao meio ambiente.

E para relembrar um pouco da história, a primeira ferrovia brasileira foi implantada por Mauá em 1852, ligando a cidade de Petrópolis ao Rio de Janeiro. Mauá também participou da construção da Recife and São Francisco Railway Company; da ferrovia dom Pedro II (atual Central do Brasil) e da São Paulo Railway (Santos-Jundiaí). Isto tudo ocorreu na segunda metade do século 19. A partir de então, a malha ferroviária se expandiu no país. É interessante observar, a visão avançada de Mauá, já naquela época, e desprezada por governantes “modernos” do século 20.

Com a chegada em massa da indústria automotiva ao país e a consequente expansão da malha rodoviária, proporcionou, a partir do governo JK o desinteresse em investimentos na malha ferroviária, ficando mais acentuando a partir dos governos militares e culminando na extinção das principais ferrovias no desastroso governo FHC.

No governo do ex-presidente Lula as ferrovias voltaram ao cenário do transporte nacional, com a implantação de modernas ferrovias no Brasil, a exemplo do que ocorre nos principais países evoluídos do mundo.

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