Por Rui Zilnet
Com a crise moral em que mergulharam os conhecidos veículos de comunicação do Brasil, que até há pouco faziam o que queriam com a informação, o conseqüente fortalecimento das mídias alternativas, culminando agora com o caso WikeLeaks, me vem à lembrança alguns fatos ocorridos nos últimos 50 anos.
Lembro, claramente, que durante o período da ditadura militar no Brasil, mesmo sob o rigor da censura, a imprensa alternativa era forte e conseguia atuar até com bastante liberdade. Prova disso, o jornalismo corajoso que era praticado pelos jornais Pasquim, Opinião, Movimento, entre outros, de firme oposição ao regime militar. Com a democratização do País, principalmente no período do governo FHC, as grandes redes de televisão e os jornais ligados a poderosos grupos econômicos foram beneficiados com empréstimos super-facilitados do BNDES, além das verbas de publicidade governamentais.
Durante a administração FHC, só era contemplado com crédito facilitado ou verbas de publicidade, quem oferecesse apoio incondicional ao seu governo. Desta maneira, quem não aceitasse as regras, ficava fora e sufocado. E, para a sobrevivência da imprensa, seja rádio, jornal ou tv, as verbas oriundas de anúncios publicitários ou institucionais são imprescindíveis.
Esta crise moral em que mergulhou a imprensa “toda poderosa”, evidenciando-se pelos acontecimentos nas últimas eleições nacionais, está ligado ao fato de que o atual governo do Brasil, colocado na sua posição, não concedeu privilégios ao que os grandes grupos econômicos, que dominavam a informação, estavam acostumados desde os tempos do presidente Juscelino Kubitschek, com maiores regalias no período FHC.
Logicamente, contrariados os seus interesses, os grupos que mantinham o monopólio da informação, agora diretamente ameaçados pela liberdade e o dinamismo proporcionados pela internet ao jornalismo independente, insistem desesperadamente em formar na opinião pública, que o atual governo federal estaria criando obstáculos à liberdade de imprensa no Brasil. Quando acontece justamente o oposto.
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